O Partido dos Trabalhadores vai realizar eleições internas para renovar seus dirigentes em um momento de grandes transformações. É o único partido brasileiro que escolhe sua direção em eleições diretas e democráticas, com a apresentação e discussão das teses de cada chapa e de cada candidato a presidente, refletindo as opiniões das diversas tendências que expressam a pluralidade e linhas de pensamento que existem no partido. Também é o partido que há dez anos lidera uma coligação partidária que governa o Brasil no rumo do aprofundamento democrático, do combate às concepções e práticas do neoliberalismo, da eliminação da miséria, da diminuição da desigualdade social e regional, buscando um desenvolvimento econômico-social que consolide o país como grande nação no cenário internacional.
Os governos Lula e Dilma, ao longo dos anos, têm enfrentado forte resistência e ataques das correntes conservadoras e antidemocráticas no Brasil. Isso já era previsto e aguardado. Os meios reacionários e a mídia da grande imprensa, utilizam o seu alto poder de comunicação, para aproveitar ou inventar formas de distorcer ou mesmo difamar o governo brasileiro e a sua política de transformações políticas e sociais. Em 2013, surgiu um fato novo no cenário nacional: jovens saíram às ruas para reivindicar e protestar. Incentivados pela rede social – que mobiliza mas não organiza – manifestaram-se nas principais cidades do país. Alguns grupos de concepções anarquistas e voluntaristas, em diversas ocasiões, dirigiram seus ataques aos partidos políticos, à política em geral e também a todos os governos indiscriminadamente. O PT e o governo Dilma também foram alvos dessas críticas, o que foi largamente explorado pela mídia conservadora, que incentivou esse falso apoliticismo, engrossando as fileiras daqueles que buscam criminalizar a política. Refeito da surpresa, o PT, por meio da sua juventude, acertadamente, passou a participar do processo, incorporando às manifestações as lutas populares como transporte urbano de qualidade e barato, a liberdade de cidadania e individual, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem diminuição do salário, contra a precarização e terceirização do trabalho, fortalecendo, dessa forma, reivindicações históricas das organizações populares e sindicais.
Vencida a queda ocorrida na imagem e aceitação da presidenta Dilma, resta enfrentar a difícil relação do Governo com o Congresso Nacional , que apesar da maioria governista formal, cria enormes obstáculos para a efetiva implementação de políticas transformadoras. Observa-se essa disputa na oposição dessa maioria à implementação de uma verdadeira e necessária reforma política, cujo eixo deve centrar-se no financiamento público de campanha, no fortalecimento dos partidos via lista de candidatos e na normatização dos grandes meios de comunicação. Independentemente dessa dificuldade, aliados históricos tendem a desprender-se da aliança que elegeu Lula e Dilma. O PSB está trilhando o caminho de candidatura própria, aliando-se a muitos adversários e ressentidos do Partido dos Trabalhadores. O PMDB não consegue administrar os seus interesses e dirigentes nos estados, principalmente na Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Na conjuntura atual, é importante conseguir aprofundar as políticas econômicas e sociais, reforçar a aliança com os movimentos sociais e populares, incrementar os programas de reforma agrária e continuar combatendo intransigentemente a corrupção, estabelecendo-se, assim, as melhores condições possíveis para o cumprimento da nossa principal tarefa: reeleger a companheira Dilma Roussef no primeiro turno das eleições de 2014.
Na Bahia, o Governo Wagner avançou bastante no desmonte do carlismo que há tanto tempo dominava o estado. Hoje, essa corrente conservadora que se abrigava principalmente no PFL/DEM, acompanha a decadência desse partido, que ainda subsiste graças a vitória eleitoral na Capital e em Feira de Santana. Suas bases no Interior da Bahia buscam novos caminhos, inclusive abrigar-se na ampla coligação política que governa o Estado. Apesar dos avanços na gestão transparente e democrática, o governo Wagner não pode desprezar o prejuízo que o sistema de segurança pública, com seus métodos e vícios, causa na imagem do governo estadual. Da mesma forma, reivindicações com conteúdo corporativista do funcionalismo, principalmente, na área de educação, exigem atenção, disputa democrática e principalmente forte dose de diálogo para o desenvolvimento da política educacional na Bahia.
Na condução política a direção estadual do PT não conseguiu firmar-se como órgão autônomo e dirigente. Preocupado em evitar possíveis problemas ao governo, inúmeras vezes o partido abdicou de sua função política, perdendo força na sociedade e não sendo reconhecido pelos aliados permanentes ou transitórios como força política dirigente, delegando apenas ao governo essa responsabilidade intransferível.
Essa situação necessita ser amplamente discutida no Processo de Eleições Diretas/PED. O Movimento PT, em Conquista, entende que a análise dessa questão e da política eleitoral para 2014 precisa incorporar-se à nossa militância, tornando-a poder decisório. O futuro presidente estadual e a nova direção partidária precisam restabelecer a ação do partido na condução política, inclusive compreendendo melhor a relação entre as necessidades de aliança no nível estadual e as peculiaridades e o processo histórico da situação política em cada município.
A debilidade da direção no estado deu origem à candidatura do companheiro Ernesto Marques, nº 350, para presidente estadual do PT e à formação da chapa Partido Mais Forte, nº 450 que representam o desejo de renovação e protagonismo político da militância.
Em Conquista, o projeto da Frente Conquista Popular vai completar 20 anos em 2016, após vencer cinco eleições municipais consecutivas sob o comando do PT. Raríssimas administrações democrática-populares alcançaram tal marca. Mas, não foi obra do acaso. À reconhecida liderança de Guilherme Menezes deve-se somar às politicas e projetos vitoriosos nesse período. Desde a luta pela modernização do transporte público, a municipalização do trânsito, a formação do sistema de saúde pública com a municipalização, a recuperação financeira aliada à política tributária com justiça fiscal, o grande desenvolvimento da educação fundamental, o desenvolvimento da cultura, do esporte e das festas populares, a criação de políticas e programas sociais, a reestruturação das ações urbanas e dos serviços públicos, a defesa do meio ambiente e da natureza, a assistência permanente à zona rural, a criação da base que permitiu o grande desenvolvimento que ora se observa na cidade, e principalmente, a honestidade e transparência com o dinheiro público foram atributos inegáveis que garantem o apoio e a confiança do povo conquistense. Mas, merece destaque a participação popular na gestão pública em Conquista. São 57 Conselhos populares e setoriais, incluindo-se os Conselhos Locais de Saúde, envolvendo centenas de lideranças populares e comunitárias. O processo do Orçamento Participativo envolve milhares de pessoas desde l997 e acaba de realizar o seu 10º Congresso.
Apesar da longevidade o projeto político-administrativo não revela sinais de esgotamento. O crescimento do município ocorre em ritmo acelerado. Programas e obras fundamentais estão em execução ou programadas. O novo aeroporto, a barragem do Rio Pardo, o mercado de artesanato, o Centro Audiovisual Glauber Rocha (com Planetário), o Shopping Popular, as obras de infraestrutura urbana do PAC-2, a Praça de Esporte e Cultura, a Estação da Juventude e tantas outras ações, aliadas ao desenvolvimento dos programas sociais e serviços permanentes, certamente continuarão desenhando a Conquista que todos queremos e melhorando cada vez mais a qualidade de vida da população.
Os êxitos políticos e administrativos alcançados nesse período foram frutos diretos da unidade do Partido dos Trabalhadores. Os cinco pleitos municipais vitoriosos tiveram a marca da coesão interna do PT. Mesmo com diversas lideranças e personalidades reconhecidas pelo partido e pelo eleitorado, nos momentos decisivos imperou o principio da unidade na divergência. Nas eleições de 2012, quando se ampliou bastante a Frente Conquista Popular, o partido, unido, comandou o processo junto com o candidato Guilherme Menezes, alcançando grande vitória para a Prefeitura e sólida maioria na Câmara de Vereadores.
A união interna do PT fortaleceu-se ainda mais no PED/2013, tornando-se um dos poucos municípios baianos onde prevaleceu o consenso em torno de um candidato a presidente e ainda uma chapa única representativa de todas as correntes e linhas de pensamento petistas de Vitória da Conquista. A solução encontrada ainda significa importante renovação na direção partidária, além da eleição de um jovem, Rudival Maturano, para a presidência, o Diretório Municipal, a Comissão de Ética, o Conselho Fiscal e o Delegados serão bastante renovados.
Infelizmente, os avanços políticos alcançados pelo PT em Conquista não repercutem na direção partidária estadual. Queremos que o partido no estado supere suas limitações, a maior parte dela decorrente de insuficiência política e ideológica de seus dirigentes. O Programa de Eleições Diretas, o PED, é o momento e a oportunidade da militância promover a necessária renovação no comando partidário na Bahia.
O Partido dos Trabalhadores de Vitória da Conquista, pelo MPT, não se omite e tem posição consequente e definida no PED/2013,
CHAPA/ PED – VITÓRIA DA CONQUISTA:
Presidente Nacional:
Nº 180 – Rui Falcão
Chapa Nacional:
Nº 250 – Partido é Para Todos, na Luta!
Presidente Estadual:
Nº 350 – Ernesto Marques
Chapa Estadual:
Nº 450 – Partido Mais Forte !
Presidente Municipal:
Nº 550 – Rudival Maturano
Chapa Municipal:
Nº 650 – Unidade!
Vitória da Conquista, PT-MPT / outubro de 2013.