Um castigo para o homem

Jorge Maia

Jorge Maia

A mulher sente menos dores que o homem. Acostumada às dificuldades da vida, sempre dominada pelo machismo vigente, aprendeu a conviver de forma mais resistente às agruras da vida. Antes, acostumada com a perda dos maridos e filhos nas guerras tribais ou não, quando muitos homens que partiram não voltavam.

Na vida rotineira tomava conta dos idosos e das crianças, sempre cuidaram da casa e às vezes do campo. No mundo moderno não mudou muito, a mulher continua insuperável no comando das atividades da casa, além de trabalhar fora, tudo isso com resistência física e emocional, na maioria dos momentos, invejável.

O passado sofrido legou às mulheres, por transmissão de caracteres adquiridos, a resistência maior sobre a dor que o homem. Uma simples gripe e o homem está a gemer. A mulher não liga para isso e segue em frente, triunfante, pois somente algo mais doloroso a derruba e a desanima.

Ao longo da história o homem maltratou muito a mulher. Por muitas razões. Ciúmes, espancamento, homicídio e agressões morais, geralmente em nome do amor, agravando mais quando se trata de ódio. O século XXI não conseguiu superar estes traumas. Por incompetência, os Estados atuais, governados por políticos do século XIII, não enfrentam a realidade com a dureza com que devem enfrenta-la.

Se a justiça do Estado não funciona como deveria, resta a paciência da história em algum dia estabelecer o tratamento adequado, pondo fim a estas agressões. Mas, também, não penso que os céus tenham esquecido toda a maldade do machismo praticado contra as mulheres e sempre imagino Deus, debruçado em nuvens passageiras, contemplando o aprendizado humano e sorrindo, lá em um passado distante, e dizendo: homens, vocês maltratam tanto às mulheres que no futuro sofrerão um castigo: terão que fazer exame de próstata.

Claro que existem as brincadeiras entre homens e mulheres e que alimentam uma falsa rivalidade. São apenas motivações que produzem graça e que não maculam a convivência harmoniosa entre os casais e os amigos. Sim, há também discordâncias abissais. Por exemplo, quando as mulheres dizem que a maior dor do mundo é a dor do parto. Certamente, suponho que seja uma grande dor, mas as mulheres não sabem o que é receber uma bolada no saco. VC180114


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