A fundadora do Partido dos Trabalhadores (PT) de Vitória da Conquista, Elane Ferraz, foi entrevistada pelo Blog do Anderson durante as homenagens dos militantes da sigla aos 34 anos de atuação no país, na última sexta-feira (14). Ferraz é uma defensora da participação da mulher na política, da paridade dentro do partido e atua na região em diversas áreas. Segundo ela, desde 1997, passando pelo conquista Criança, pela coordenação de Habitação Popular, pela Secretaria de Desenvolvimento Social e no último governo de Guilherme Menezes (PT), na Ouvidoria Geral do Município. “Os deputados Waldenor e José Raimundo me convidaram para ocupar a Superintendência de Inclusão e Assistência Alimentar, da Sedes, no governo estadual ficando lá um ano. Hoje, de volta a Conquista, faço parte da assessoria dos gabinetes dos deputados Waldenor e José Raimundo e estou cedida à Fundação Edivanda Maria Teixeira, que é uma fundação que trabalha prioritariamente com crianças e adolescentes, mas que agora está ampliando a sua atuação para um recorte de gênero, de raça, de meio ambiente, habitação, segurança alimentar e questões ligadas ao semiárido”. Em discurso inflamado, a petista disse que na questão de gênero tem que ser assim mesmo.
“Inflama ainda porque a gente avançou nas políticas públicas, ao ponto de termos hoje uma representante, uma presidenta da República, no entanto, nas instâncias partidárias, nos governos municipais e ainda estadual a ocupação de cargos por mulheres ainda é ínfima. E as oportunidades também, a mulher aparecer ainda é um limite que os homens têm e eles continuam ainda com esta prática arcaica. Mas que nós mulheres temos que estar enfrentando no dia a dia, falando com garra, com força, porque se não, as coisas ficam como estão”. Segundo Elane Ferraz, ela não tem vontade de ser candidata e diz que as mulheres têm espaço no PT. “A mulher tem espaço. Temos um campo político, dentro do Partido dos Trabalhadores que é por um partido de todas e de todos, apoiamos a candidatura da companheira Ana Rosa, nestas últimas eleições. Tivemos e sofremos com esta retaliação de ter esta candidatura, não tivemos nenhum apoio da estrutura do partido, vivenciamos uma prática onde candidatos eram privilegiados. Mas nós estamos ainda fazendo o nosso trabalho pedagógico, organizando as mulheres, os núcleos comunitários, os bairros da periferia da cidade e nós vamos conquistar o nosso espaço sim, mas precisamos acabar com esta dita força dos homens”, pontua.