Carlos Costa
Há cerca de um mês a prefeitura de Vitória da Conquista, através da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana colocou em funcionamento o Binário Viário que tem como vias principais as ruas Zé Pequeno, Santiago, Caiena, Sibéria, dentre outras. A finalidade desse binário é descongestionar o trânsito no trecho que vai da Avenida Juracy Magalhães até a Avenida da Integração e proporcionar melhor qualidade de vida ao povo conquistense.
Como usuário constante dessas vias, percebi que apesar de ter melhorado o trânsito satisfatoriamente, existem algumas deficiências que impedem o seu êxito total. Na esperança de contribuir para que esse binário seja eficaz e venha melhorar a vida dos conquistenses, resolvi escrever esse artigo pontuando alguns problemas que podem ser sanados imediatamente.
Como mobilidade e trânsito são coisas dinâmicas e que interferem diretamente no dia a dia do cidadão, qualquer problema nestas áreas podem causar sérias conseqüências para todos nós. A mobilidade urbana deve servir para melhorar a vida do ser humano, dando-lhe melhores condições de trafegabilidade, independentemente do seu meio de transporte. Nesse mês de funcionamento do binário, anotei alguns problemas que gostaria de compartilhar com o prezado leitor deste artigo. Primeiramente, notei que os semáforos não estão sincronizados. Quando os motoristas trafegam pela Rua José Pequeno e chegam ao semáforo que está na Bartolomeu Gusmão e ele está fechado para veículos que estão na Zé Pequeno, dá para notar que o semáforo da Integração está aberto. Quando o semáforo da Zé Pequeno abre, o da Integração está fechado. O motorista perde então valiosos minutos num trecho de menos de trezentos metros. A mesma falta de sincronia acontece quando o motorista sai da Integração e tem que parar cerca de duzentos metros depois no semáforo da Bartolomeu Gusmão com as ruas Caiena e Sibéria.
Outro problema que me chama atenção é que quem está circulando pela Bartolomeu, vindo da rodoviária e quer ir em direção ao aeroporto, terá que fazer uma conversão à direita, na Rua Sibéria, depois uma à esquerda, pegar a Rua Japão, aquela rua atrás da Roda Leve, e depois entrar na Rua Zé Pequeno. Esse problema é similar ao que acontece na Avenida João Pessoa, onde temos que contornar um quarteirão e depois retornar para a João Pessoa. No caso do binário, o problema poderia ser resolvido com tempos semafóricos distintos para quem está trafegando na Bartolomeu Gusmão. A avenida é larga e comporta muito bem uma intercessão à esquerda para que o motorista tenha acesso a Rua Santiago e consequentemente as avenidas Paraná e Integração. Neste caso, basta ter um tempo distinto para os carros que trafegam na Bartolomeu sentido centro/rodoviária.
Há também a existência de quebras molas que devem ser retirados para garantir melhor fluidez dos veículos. Tem um quebra molas na Zé Pequeno que não tem nenhuma utilidade, ele está construído após o portão da garagem do SAMU. Como ele está após o portão, não serve para nada, pois o trânsito é sentido único em direção ao lado oeste da cidade. É necessário que se retire o quebra molas e pode-se colocar um semáforo de controle manual que será acionado apenas quando as ambulâncias estiverem saindo da garagem. Tem também um quebra molas na Bartolomeu Gusmão, esquina com a Santiago, naquele cruzamento para quem vai para o aeroporto. Esse quebra molas está agora localizado num conjunto de semáforos. Em nenhum outro lugar do mundo existe um quebra molas num trecho com sinalização semafórica. Por enquanto é uma invenção conquistense. O veículo que trafega na Bartolomeu, dependendo do seu peso e carga, perde-se no mínimo cinco segundos para transpor aquele quebra molas, valiosos segundos levando-se em conta que o tempo é de trinta segundos para o tráfego fluir normalmente. Existem as passagens elevadas na Integração que poderiam ser retiradas para dar mais fluência ao tráfego.
Quanto à sinalização, é necessário a instalação de placas que orientem os motoristas. Por exemplo: já presenciei motoristas fazendo intercessão à esquerda na Integração. É necessária a existência de placas que orientem o motorista caso ele queira seguir da Santiago para a rodoviária, orientando-o que ele deve dobrar à direita e fazer o retorno cinquenta metros adiante. Naquele trecho da Integração é preciso também a criação de faixas que discipline a fluidez do tráfego. Ali podem criar três faixas com sentidos diferentes. A primeira, para quem está trafegando em direção ao sul e quer fazer um retorno para seguir rumo ao norte; a segunda, para quem vai entrar na Rua Caiena e seguir rumo ao centro ou a Juracy Magalhães e a terceira para quem está indo em direção a Rodoviária e o Rio de Janeiro. A exemplo do que acontece nas principais cidades do Brasil, essas faixas devem ser numeradas no asfalto( 1,2 e3) e desde da Baixada do Jurema devem colocar placas com as orientações devidas. O mesmo deve ser feito na outra pista, sentido rodoviária/centro. Sinalizar as vias corretamente evita o desperdício de tempo e dinheiro, pois permite às pessoas deslocamentos rápidos e com menor custo.
O conceito de mobilidade urbana é muito abrangente e engloba também práticas que visam garantir segurança não somente viária, como também à proteção da vida dos transeuntes, dos ciclistas e dos ocupantes dos veículos. Neste item, o binário não oferece segurança nenhuma. Existem ao menos três pontos inseguros: a Rua Caiena, a Rua Japão e o prolongamento da Rua Sibéria até chegar à Juracy Magalhães. Quem estiver trafegando na Rua Sibéria indo em direção a Avenida Juracy Magalhães vai trafegar por um trecho ermo e com pouquíssima iluminação, transformando-o num local propício para ação dos marginais. Ali devem ser implantados novos postes e com uma iluminação bastante eficaz. A Rua Caiena também precisa de melhoramento na iluminação. Não seria demais instalar também nessas vias um monitoramento através de câmeras. Deus queira que aquela região não seja transformada numa zona de assaltos aos transeuntes e motoristas! Confesso que não tenho coragem de passar por ali durante o período noturno. Sugiro aos amigos que usam o binário para chegar ao Shopping Conquista Sul que ao invés de seguirem pelo binário, que peguem a Rua Sibéria e depois siga pela Ulisses Guimarães.
Quanto à ciclovia, as mesmas carecem da instalação de placas de regulamentação e de advertências. Tem muitos ciclistas que não obedecem as leis de trânsito e vivem se arriscando em meio aos carros. Também não é raro presenciarmos veículos estacionados na ciclovia forçando o ciclista a correr riscos na pista destinada aos carros.
No mais, espero que essas deficiências sejam sanadas e que o binário tenha total êxito.