Levantamento feito por alunos do curso de Jornalismo revela a desinformação e a indecisão quanto a assuntos referentes ao principal gestor da universidade.
Por Luan Vinicius e Amanda Silveira
A maior parte dos estudantes da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), uma das mais importantes instituições de ensino da Bahia, não sabe qual o papel de um reitor. Pelo menos é o que revela uma pesquisa de amostragem realizada no mês passado entre alunos de vários cursos da Uesb, segundo a qual 80% ignoram quais as funções do gestor da universidade. Ainda assim, todos estão habilitados a votar nas eleições que definirão o administrador da universidade pelos próximos quatro anos.
É o caso de Adailton Junior, 21 anos, estudante de Jornalismo: “Eu não sei. Ainda não estou estudado neste assunto”. Da mesma dúvida compartilha outra futura jornalista, a estudante Melania Neres, 18 anos: “É uma boa pergunta. Tenho uma ideia geral, mas não sei dizer exatamente”.
A eleição para o cargo de reitor, que aconteceria no dia 16 de abril, foi remarcada para 7 de maio, quarta-feira, nos três campi da UESB – Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga. A nova data surge em função do cancelamento da eleição por conta da greve da Polícia Militar no Estado, ocorrida mês passado. E, até o dia da eleição, é possível mudar a realidade apresentada por um levantamento feito por estudantes do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo.
A pesquisa entrevistou 60 alunos e revelou que 80% (48 pessoas) não soube responder qual é o papel do reitor na universidade. Apenas 13% dos entrevistados disseram saber qual a função do reitor, e outras 7% declararam estar em dúvida sobre a questão.
O estudante de Ciência da Computação, Iury Simmont, 20 anos, disse estar por fora do assunto. “Não sei qual é a função. Deve ser assinar papeis”, afirmou. A estudante de Farmácia do campus de Jequié Deborah Pereira, 21 anos, disse que a função do reitor é “tomar as decisões importantes, comandar tudo”. Ela quer votar na próxima quarta-feira, mas sente-se em dúvida em qual chapa depositará sua confiança: “não sei em quem vou votar, ainda. Estou dividida”, expressou.
A indecisão paira entre 13% dos entrevistados. Segundo a pesquisa, apenas 27% dos estudantes declararam já saber em quem votar e a grande maioria, 60%, não tem voto definido ou não irá votar, já que o voto não é obrigatório.
A reitoria é o órgão máximo de execução da administração central e das atividades didático-científicas, no âmbito da Universidade. Tem como função principal a articulação e o intercâmbio com outros órgãos e instituições, além da promoção de debates sobre o desenvolvimento da região. O reitor, explica o professor de Jornalismo da UESB e presidente da Comissão Eleitoral, José Silveira Duarte, “é o gestor principal. É ele quem dá as grandes diretrizes”.
O processo para a eleição do reitor é regulamentado pelo CONSU – Conselho Universitário – aprovado em plenária, através da Resolução nº 03/2006. “O CONSU indica seus representantes. Docentes, associação de funcionários e os alunos também indicam. São três representantes de cada órgão em cada campus da Universidade. Reúnem-se esses membros e escolhe-se seu presidente e secretário e a partir daí monta-se as comissões eleitorais”, explica o professor Duarte. Zelar pelo cumprimento do regimento é a principal função da comissão.
Para a disputa da reitoria no mandato que vai deste ano até 2018, três chapas foram homologadas. Disputam elas, os professores Paulo Cairo, Itamar Pereira e o atual reitor, Paulo Roberto – chapas 1, 2 e 3 respectivamente.