Jorge Maia
Tudo começou há um ano. Foi na ultima semana de maio de 2013 que publicamos a nossa primeira crônica. Eu havia prometido a Anderson que escreveria algo para o seu blog e cumpri a promessa enviando um pequeno texto sobre a minha máquina olivett . De lá para cá foram cinquenta e duas crônicas em que retratamos algumas curiosidades sobre a nossa cidade. Mas falamos sobretudo da nossa querida Beócia, um lugar que chama a atenção por sua magia e por sua dessemelhança, um universo paralelo e arrudiado de realismo mágico. Seus moradores, tal qual Maria Periguete e Maria Joaquina do Amaral Pereira Góes, volta e meia estão fazendo das suas e não é sem motivo que encontro pessoas que perguntam: Onde fica a Beócia? Outros perguntam: como vai a Beócia? Respondo com um sorriso, deixando que tirem suas conclusões, pois sei que em breve elas entenderão, pois estamos falando da mais real das ficções.
O mais grave em tudo isso é que fui escrevendo e ninguém tomou as providências que deveriam tomar: impedir-me de continuar escrevendo, até mesmo por meio de liminar. Sinceramente é um temor que isso continue. É preciso que alguém fale, proteste. A continuar este silêncio, eu continuarei a escrever e o blog, sem medir as consequências, a publicar minhas garatujas literárias, até que alguém diga, não.
Confesso que me surpreendeu quando percebi que tenho meia dúzia de leitores: três, são meus filhos, os quais são obrigados a ler, sob pena de consequências econômicas nas suas mesadas, os outros três são pessoas do público em geral, ex- alunos, que me cumprimentam e perguntam pela Beócia, onde ela se situa, se eu tenho ido até lá, perguntam por um daqueles personagens citados nas crônicas.
Eu respondo com um sorriso, procurando encurtar conversa, preocupado que queiram saber demais sobre aquele país, mas percebo que gostariam de visitá-lo. Perguntam com tanto carinho que penso em falar mais sobre a Beócia, estou pensando em traduzir um livro de contos de um autor da Beócia, mas para isso preciso de autorização, além da dificuldade da língua, o beocês é muito rebuscado. O certo é que estou negociando direitos autorais e em breve jogaremos no ar alguns desses contos que são dramáticos e trágicos, mas com certeza vocês vão gostar, refiro-me a vocês seis, certo? VC240514