O instituto da greve ainda permanece como instrumento de reivindicação ocupacional e é fruto de uma das mais sagradas conquistas do trabalhador nas sociedades avançadas. Desde sua utilização por trabalhadores franceses, insatisfeitos com os padrões de remuneração salarial e condições de trabalho que lhes eram impostas, a greve se apresenta como um instrumento mediador entre a realidade de quem detém o Capital e a necessidade de quem oferece o Trabalho.
Todo homem livre, todo trabalhador consciente da importância de sua atividade profissional, convencido de que seu esforço, seu labor é de largo alcance social, tem o direito de exigir que sua ocupação e as condições a que esteja submetido, sejam as melhores possíveis e tenham o melhor dos reconhecimentos. Até aí tudo bem.
Ninguém de bom senso é contra greve. Todavia, há greve e há greves. Aquelas que se notabilizam por estranhas propostas de incendiar ônibus, queimar patrimônios e impedir que outros segmentos da Sociedade se sintam impedidos de ter o sagrado direito constitucional de Ir e Vir, essas, afirmamos categoricamente, não contribuem de forma nenhuma para formação e construção de uma Sociedade que está em busca de um Mundo Melhor.
No caso da Greve e das paralisações de ônibus em Vitória da Conquista, a Sociedade deve ficar atenta aos grupos políticos- sindicais para saber com detalhes, quem está por trás do Movimento, quem são os intransigentes, e quem está propondo ações delinquentes para incendiar e depredar ônibus.
Se assim não for feito, se todos não se compenetrarem de suas imensas responsabilidades sociais, os contratempos que poderiam ou poderão ser solucionados pela Justiça Trabalhista, passarão a ser tratados pelo Código Penal. Isso é lastimável.