Sabedoria Popular

Valdir BarbosaValdir Barbosa
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Dia 12, quinta feira próxima, data dedicada aos namorados, a lúdica enamorada de tantos meninos mundo afora vai rolar no Itaquerão, realizando o sonho do ex-presidente Lula. No estádio do seu Curintian, o Brasil enfrentará a Croácia abrindo a Copa do Mundo de Futebol de 2014.
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À medida que foi chegando o tempo do certame, manifestações de desagrado por esta realização eclodiram nos quatro cantos do país. Sua força inicial, talvez, a mais contundente delas, se deu no auge da Copa das Confederações, ano passado, quando nos sagramos campeões.
As obras nos estádios sede, das quais se diz superfaturadas, gastos milionários para tentar por os serviços públicos no patamar satisfatório de receber visitantes, ilustres, ou anônimos, muitos inacabados – aeroportos, transporte coletivo -, contraponto da segurança caótica, saúde falida e educação incipiente, são combustíveis vorazes que alimentam protestos e discursos inflamados dos descontentes.
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Contudo, de aparições populares e greves pacíficas, tudo desandou. Vieram manifestações violentas, onde foram depredados prédios públicos e privados, saqueados lojas e supermercados. Inevitáveis embates entre manifestantes e forças policiais promoveram baixas recíprocas sendo impossível olvidar, a morte de jornalista atingido por rojão lançado numa praça carioca.
Informes dizem ser os violentos mascarados, parte do sistema vigente, que os infiltra na comunidade daqueles que pretendem protestar por meios lícitos, para desestabilizar e manchar a imagem dos reivindicantes. Em seguida, com a chegada de forças federais se esvaziam os protestos e assim, fica uma imagem de que o Governo Central é capaz de controlar o caos.
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Homem de inteligência que sou – não falo aqui do meu pensar mediano – cuido de referir, sem cabotinismo, minha expertise em procedimentos de inteligência utilizados por todas as agencias especializadas no assunto, mundo afora. Destarte, digo que na linguagem específica, informe é o dado não tratado, portanto seria leviano afirmar que o boato tem fundamento. Mas, certo é que circula.
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Todavia, apaixonado por futebol desde menino, me refiro nesta consideração ao certame que se avizinha veloz. Ouço aqui e alhures, nos lugares por onde passo, vozes exaltadas que manifestam o desejo de torcer contra o Brasil, na esteira dos descontentamentos referidos e admitindo até engrossar fileiras de quem promete ir às ruas protestar contra a realização dos jogos.
Sem duvida estribam sua postura, na convicção de que a derrota da seleção implicará na derrocada do governo atual e, por que não dizer, aproveitam a visibilidade do momento, quando as lentes de jornalistas do mundo inteiro os mira, para manifestar suas insatisfações, em sua maioria próprias, portanto, legítimas.
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Seja o informe correto, ou não, certo é que as manifestações, mesmo ordeiras, perigam vir a ser o leito por onde poderá correr a violência, fragilizando o sentido do movimento e pondo em risco milhares de inocentes, muito deles visitantes de todas as partes do planeta.
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Perdoem-me os discordantes, mas penso que o dia de protestar com ênfase e resultado objetivo virá em outubro próximo. No sufrágio consciente e consequente é que se pode confirmar, referendando aos que hoje comandam nossos desígnios, seu lugar no continuísmo do status quo vigente.
Ao revés, com a mão firme de quem não joga pedras nem atira bombas, mas exercita seu direito dever, na força eficaz do voto, os heróis cidadãos descontentes poderão expurgar tudo – corrupção, escândalos, superfaturamento de obras, derrocada de empresas, antes símbolos nacionais – na plenitude da segurança e da paz.
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Hoje voltando da caminhada no Corredor da Vitória, ensopado pela chuva benfazeja que tudo lava umedecendo a terra, perguntei a um simples ambulante:
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– E aí, que acha da copa?
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-“Ah! Dr., já roubaram demais, agora é torcer pelo Brasil”.
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Quando a bola rolar, vamos torcer. Mesmo porque, hoje, em outubro e sempre: Prá frente Brasil.
Salvador, 8 de junho de 21014
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valdir barbosa

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