Ruy Medeiros
Ontem, em Ituaçu, faleceu o advogado Japy Gondim Ávila, Py.
A cegueira não foi empecilho para que Py estudasse, concorresse a difícil vestibular à Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, onde teve a alegria de colar grau em Ciências Jurídicas e Sociais (Bacharelado em Direito). Seus estudos foram difíceis, não por limitação que não fosse a cegueira. Japy precisava recorrer aos volumosos livros em Código Braile, que muitas vezes encomendava, quando o Instituto de Cegos da Bahia não os possuía ou não podia confeccioná-los. Vi-o algumas vezes confeccionando livros, em Braile, a partir de outros nesse Código. Era duro dar conta do Curso de Direito e a situação ofereceu dificuldade suplementar quando a consciência do estado pelo qual passava nosso país determinou que ele passasse a combater a ditadura militar.
Japy após inscrição na OAB-Ba passou a atuar especialmente em Ituaçu e Barra da Estiva (Chapada Diamantina Meridional) e, cultor de ciências e artes, promoveu “semanas de cultura”.
Não deixou de militar politicamente, continuando a luta pela redemocratização do Brasil.
É autor de um dos poucos livros de gerontologia publicados no Brasil.
Japy Gondim Ávila nasceu em Ituaçu, em 18 de agosto de 1937, deixa viúva Marilene Souza Gondim Ávila com a qual teve os filhos Amanda Souza Gondim Ávila e Japy Souza Gondim Ávila. Na família, não foi o único advogado, pois Ubirajara Gondim Ávila (já falecido), seu irmão, e Ubirajara Ávila, seu sobrinho seguiram a mesma carreira.
Aqui, deixo esta homenagem que não é apenas minha, pois sinto que é de todos os colegas.