Boquiabertos frente as imagens chocantes de crianças palestinas vitimadas pela sanha de vingança das tropas israelenses, somente não perdemos a esperança ao lembrarmos que alguns exemplos históricos de pacificação, principalmente o do conflito secular entre França e Alemanha que, depois das guerras de 1870/71, 1914/18 e 1939/45, chegaram a uma solução pacífica que culminou com a criação da União Europeia.
O conflito sangrento também é resultante da política radical e contraditória dos países árabes e islâmicos. São sociedades semi feudais e autocráticas que impedem a emancipação e a construção de democracias regidas pela Carta das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, dominadas por governantes absolutistas, que desrespeitam as garantias mínimas de liberdade de opinião, de organização sindical ou política e dos direitos de mulheres e de minorias. Para esses governantes, o movimento de libertação da Palestina é vislumbrado como uma ameaça aos seus regimes autoritários, porque um estado democrático e secularizado na Palestina constituiria o fermento para a conscientização e a resistência à opressão política.
Cenário de muitas narrativas bíblicas, a Palestina é hoje o resultado da irracionalidade do mar de absolutismo e intolerância do Oriente Médio. O número de vítimas inocentes e as perdas causadas pela ocupação recorrente das cidades palestinas acirram ainda mais os ânimos belicosos que fortalecem os grupos extremistas dos dois lados e, assim, afastam cada vez mais as perspectivas de um acordo justo e negociado.
Para dar um basta ao derramamento de sangue de inocentes seria necessário acabar com os assentamentos de colonos israelenses nos territórios da Cisjordânia e da faixa de Gaza, compensando-se os colonos pelos investimentos realizados e oferecendo-lhes oportunidades de novos assentamentos nos territórios de Israel. Quanto a Jerusalém, reivindicada como capital pelos palestinos e por Israel, a única solução será uma divisão compartilhada, resguardados os direitos de outras denominações religiosas de acesso aos seus lugares sagrados. Uma solução aceitável para os dois lados, porém nem os árabes e nem norte americanos e seus aliados estão comprometidos com a solução pacífica, pois uma rede de interesse escusos permeia nos bastidores do conflito.
Um estado palestino, democrático e secularizado, ao lado do estado de Israel, é o único caminho para restabelecer a paz e a segurança na região, para que suas populações sofridas possam reconstruir um convívio humano de cooperação, respeito mútuo e de solidariedade. É irônico constatar que os judeus, que só tardiamente conseguiram seu estado nacional, tentem resistir às aspirações legítimas dos palestinos de construir seu estado.
Uma Resposta para “Sangue dos inocentes”
marcos
e apalavra e que vai cotra a palavra israel não poderá ceder isto e guerra predita por Deus