Um lugar p’ra fazer piquenique

Jorge Maia

Jorge Maia

Eu era menino, e não faz muito tempo, quando tive a oportunidade de participar de piqueniques organizados por professores, isso lá no tempo do ginásio, hoje ensino médio. Era um acontecimento alegre e diferente da sala de aula, um dia de diversão, mas não deixava de ser também de aprendizado.

Havia um lugar para os piqueniques, era o parque de exposições, para nós era a chamada estação de monta. Era o subtítulo ou subnome do parque de exposição agropecuária. Naquele tempo a diretoria permitia tais piqueniques. O curioso é que para nós aquele local era muito longe da cidade, o que tornava a aventura mais atraente. Era muito espaço para correr, brincar, mas, sobretudo, a sensação de estar no campo. Claro, não era tempo de exposição.

Atualmente não ouço falar sobre piqueniques. Os tempos mudaram, é verdade, mas, também, não há lugar para piqueniques, o que alguns, mais pedantes, chamavam de convescotes. Para nós pouco importava o nome, o bom mesmo era a diversão.

Sempre que vejo em filmes, casais com os filhos, outras vezes idosos, pessoas em férias passeando em parques, e alguns fazendo piqueniques, fico a pensar quanta degradação da vida em nossa cidade. Aquelas cenas são comuns nas cidades europeias e mesmo na América espanhola.

Estamos a viver um momento de expansão imobiliária em nossa cidade, e o parque de exposição que era longe, agora é quase centro urbano. Percebo olhares interesseiros sobre aquela área. Não faz muito tempo, a posse e a propriedade daquela área foi motivo de discussões no plano das notícias na impressa falada, e não se ouviu nada mais de lá para cá. Seria bom levantar a verdade para saber o que procede em relação à vontade do antigo proprietário: Tertuliano Gusmão sobre o assunto.

Na verdade a cidade não comporta mais a realização de exposições de animais naquele local do parque. Por razões de saúde pública, segurança e locomoção, tudo conspira para que não sejam realizados ali os eventos de tal natureza. Afinal, é um bairro residencial. É preciso pensar sobre o assunto.

Sem entrar no mérito quanto ao aspecto patrimonial, o bom é que aquela área seja transformada em nosso parque da cidade, com a plantação de árvores nativas, e funcionasse como uma espécie de jardim botânico, onde seriam realizados encontros culturais. Ademais seria o novo pulmão da cidade, com locais diversos para a realização de piqueniques.

O poder público, os movimentos que defendem o meio ambiente, os estudantes, enfim, a comunidade poderia começar a pensar sobre o assunto, de modo a evitar, ali, a construção de espigões ou condomínios horizontais. É necessário aproveitar a área e criar o nosso parque da cidade, onde todos possam ter um lugar verde para o lazer. E quando tudo estiver bem resolvido em nossa vida poderemos afirmar que tudo está bem como um piquenique em Conquista.VC120714.

 

 

 

 

 

 


Uma Resposta para “Um lugar p’ra fazer piquenique”

  1. Julio

    Professor, que aula de cidadania! parabéns. Temos carência de espaço público para interação pessoal. A Praça da Bandeira também deveria ganhar arborização e banquinhos após a trasferência das barracas para o Mercado Popular.

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