Assunção à reflexão. Aleluia!

Valdir Barbosa
Valdir Barbosa
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Dias atrás, conceituado jornal soteropolitano revela, em momentos sucessivos, artigos conflitantes de políticos baianos. Não duvido da importância de polemica sadia fundada no conhecimento e lastreada no respeito mútuo. Desta forma, a discussão será capaz de cambiar ideias referendando o dito: da discussão nasce luz. Nos tempos de eleições majoritárias, assuntos palpitantes são temas de debates em artigos publicados nos diários e, se por um lado isto não me parece despropositado remete, por outro, à ideia do oportunismo censurável.
Textos apaixonados disseminam raios teóricos pouco iluminados, muitas vezes embasados em argumentos e estatísticas manipuláveis.  Neste leito, de certa forma muitos se tornam inconsistentes, mesmo abordando assuntos importantes, tais como educação, saúde e segurança.
Contudo, me parecem tiros a sair pela culatra, caso tão somente indiquem inépcias dos adversários, ou maximizem atributos e ações de seus correligionários. A imprensa e redes sociais velozes, poderosas mostram diuturnamente realidades impossíveis de esconder, como sóis entre peneiras tendo condão de revelar pinóquios, de grandes narizes acostumados a enganar, em favor de interesses menores.
Servem, todavia, os argumentos em debate, para que a população reflita com base naquilo que sente na pele, ou conhece através dos meios de comunicação sérios e lembre-se, notícia oferecida com critério ajuda no definir a quem confiar os desígnios administrativos do Estado e País, bem como a quem será conferido o dever de legislar.
Destarte, vale começar refletindo sobre a ideia de censurar meios que detêm o condão de retirar vendas dos olhos e perguntar: a quem interessa não se possa conhecer a realidade de forma imparcial? Em seguida raciocinar sobre exemplos e tratados de psicologia afirmam: a teoria ensina, mas o exemplo arrasta.
Então, o que dizer dos exemplos de corrupção, do enriquecer sem limites, depois da assunção no poder, tais como: mensaleiros; assalariado ontem, megaempresário hoje; antigos moradores em bairros populares, agora proprietários de residências milionárias, nas áreas nobres.
Diz-se sobre violência: a culpa é do crack!. Inquire-se, políticas públicas responsáveis por educação de qualidade oferecida a todos, com capacidade de incluir populações mais carentes desviando-as do caminho sem volta plantado no ócio, pai de todos os vícios vêm sendo bem implementadas nos derradeiros tempos?
Alardeia-se, o Brasil foi derrotado vergonhosamente nos campos do futebol, por falta de craques e nas ruas, por excesso de crack, ao que se pergunta: foi devidamente assistida a saúde pública, em seus setores de prevenção e combate às mazelas da dependência química, com projetos de orientação e assistência, capazes de oferecer aos adoecidos e suas famílias condições de enfrentar o flagelo? Sem drenar canais que poluem rios da miséria humana, nenhuma polícia será capaz de dar soluções satisfatórias, posto se transforma no mar onde deságuam enésimas águas poluídas.
Dos legados positivos da ultima Copa realizada no país, se fala na diminuição dos focos de violência, sobretudo nos sítios onde ocorreram as disputas, em face do investimento maciço feito em segurança naquelas praças. Assim concordo com o jovem Secretario que disse recentemente, ao entregar mais uma base de segurança, da importância disto na diminuição dos indicadores da violência.
Contudo, rememoro fala dele mesmo, poucos dias antes confessando não cumprir o prometido, no que tange à própria meta definida pelo Governo, de entregar 34 bases – apenas se poderá chegar a metade – sem justificativas plausíveis, em detrimento da sociedade ávida por segurança.
Reflito nisto, pois cedo revi o ambulante com quem me avisto todas as manhãs falando da morte de um dos agentes, com quem laborei durante muitos anos. Jorge César, responsável, como tantos outros pelos meus êxitos na carreira foi um dos quatro policiais atacados nas ultimas horas, em Salvador, dentre dois que vieram a óbito.
Em seguida mostra inscrição no seu carrinho de coco: “OBRA FEITA DE COSTA, RUI”. Fiz de conta que não li e saí cabisbaixo lembrando de meu polícia.
valdir barbosa

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