Domingo na Parada Gay…

Manoel Oliveira

Manoel Oliveira

Era domingo e marcamos de ir à Parada Gay, eu e mais dois amigos… Marcamos na Praça do Gil às 15 horas e assim fizemos… A primeira coisa que me chamou atenção foi que o evento começou com mais de duas horas de atraso. Também não observei nenhum banheiro químico na praça, tampouco policiamento. Será que o Festival de Inverno precisava tanto de apoio assim, que até esqueceram completamente da Parada Gay? Um sufoco pra tomar cerveja e acompanhar a Parada, tive que contar com a boa vontade de um senhor, que me emprestava o banheiro do seu bar…

O trio começou e a bandeira, que por sinal é a mesma desde o primeiro evento aqui na cidade, começava a ecoar… Era muita energia, muita gente diferente ali… Era uma mistura de político, com engraçado, com vontade de protestar e dizer: Hoje eu sou o que eu quiser! Senti falta de muita coisa, mas o que mais senti falta foi de um tratamento mais humano e digno pra o movimento. O trio era pequeno e não tinha tanta visibilidade. Tinha um carro de apoio e que também era pequeno… Lá estavam algumas militâncias e amigos dessas pessoas… Um movimento meio tímido, com pessoas olhando e rindo. Outros foram mesmo pra tirar proveito da situação. Sim, dentre gays, lésbicas, transexuais e vários outros gêneros, também tinham héteros. Eles vão pra tirarem selfies, dão um jeito de ficarem grudados, os meninos logo abraçam suas namoradas, como quem quer dizer: Oi, nem adianta que sou hétero!

Lembro da primeira Parada que eu fui aqui na cidade, tinham 4 rapazes saradíssimos, todos machões e só de cueca boxer, no meio da Parada. Esses queriam dizer: “- Sou gostoso, mas nem adianta olhar… Não sou pro teu bico!”. Inclusive rolou porrada com um desses rapazes, no antigo bar Zoo… Também teve uma lésbica que, ao pegar o microfone, gritou: “- Êta, êta, êta, eu gosto é de buceta!”. Nesse ano, depois de vários sem ir, observei que realmente o número de gays era maior que o número de héteros… Talvez por conta do Festival. Mas sinceramente, gostei mais dessa… Essa Parada foi mais a cara do grupo gay da cidade: Muita gente marginalizada, que se contenta com pouco… Um pouco de farra e algumas fotos e sorrisos, tá bom demais… Se rolar um sexo, melhor ainda. Ah, vale ressaltar que recebemos camisinhas e lubrificantes.

A Parada era pra ser um movimento político e de conscientização, mas se transformou em uma festa. Debaixo da bandeira, muita gente se pegando…  Os carros passavam e alguns dançavam, riam, outros faziam cara de nojo mesmo… Mas, quer saber? Ainda bem que se transformou em uma festa, uma humilde festa, pois a política brasileira anda demais elitizada, até quando se trata do movimento gay. Manoel Oliveira.


7 Respostas para “Domingo na Parada Gay…”

  1. Andreia

    Nossa, amei o comentário… <3

  2. Cris

    Manoel mesmo sem policiais a parada foi um sucesso, não teve brigas. Oque faltou mesmo foi mais divulgação pela cidade.

  3. César

    Caro amigo, achei interessante seus comentários, inclusive a escolha clichê de analisar a parada à partir da perspectiva da falta e também pela sensibilidade em não perceber o grupo invisíveis que cuidou da segurança viária do evento.

  4. César...

    Segurança essa, que só se fez presente na Olívia Flores… Rs.

  5. Manoel...

    César, a segurança viária que você afirma ter tido, só serviu pra garantir o bom funcionamento da Av. Jorge Teixeira e a Av. Olívia Flores… Policiamento que é bom: Nada.

  6. Manoel...

    Cris, não sei o que você considera sucesso. Mais a primeira parada gay daqui da cidade, estava muito maior, tinham banheiros químicos na praça do Gil e policiamento… Além da segurança viária. Enfim, achei que depois de alguns anos, a tendência era melhorar e não estacionar…

  7. ALBERTO

    AMEI A PARADA ESTE ANO, ATE O ANO QUE VEM…

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