A candidata a deputada federal pelo Partido Socialista Brasileiro , a advogada Nadjara Lima Régis, vista como uma das principais lideranças da nova geração política de Vitória da Conquista, vem tendo o seu nome sugerido por muitos como provável nome de seu partido para a disputa de 2016. Em entrevista exclusiva ao Blog do Anderson nesta quarta-feira (10), no entanto, ela preferiu não tratar do assunto. Segundo ela, o tema ainda não foi sequer discutido dentro da legenda. “Agora, a política é processo, ela não é planejamento de carreira. No PSB, todos nós temos que estar alertas para a convocação do partido”. Leia a íntegra da entrevista, na qual Nadjara fala ainda sobre sua relação com seu antigo partido, o PT, e sobre a permanência ou não do seu partido dentro do governo municipal.
Blog do Anderson: Nadjara, você era do PT e agora é do PSB. O PSB é melhor que o PT hoje ou não?
Nadjara Régis: O PSB é uma alternativa com programa de governo nacional para a população brasileira e programa de governo para o Estado da Bahia. É para quem acha que o monopólio da transformação social e da justiça social não está em um único partido. Nós queremos democracia com pluralismo. Não há uma única verdade e não há um único caminho certo para o país. Hoje nós estamos com Marina Silva em ascensão e é uma ascensão legítima, dada a origem dela, dado o conhecimento que ela tem, a intelectualidade dela. E temos aqui na Bahia a Lídice da Mata, com programa de governo e com equipe que elaborou o programa de governo. Portanto, nós somos uma alternativa legítima, verdadeira e esperançosa para a população.
Blog do Anderson: O candidato de 2016 será você?
Nadjara Régis: Nós não antecipamos essa discussão. Política é processo.
Blog do Anderson: O povo já fala em nomes para prefeito.
Nadjara Régis: Esta é uma tradição popular muito forte: pensar sobre a cidade. E as pessoas têm que conseguir expressar o seu pensamento. Isso é importante. Agora, a política é processo, ela não é planejamento de carreira. No PSB, todos nós temos que estar alertas para a convocação do partido. O nosso candidato para deputado federal era Joás, por exemplo, e, com a desistência dele, eu, que não tinha isso nos meus planos, terminei assumindo essa responsabilidade. Eu acho que a própria morte, a própria tragédia com Eduardo Campos mostrou que tudo que é solido pode se desmanchar no ar. Nós tivemos, de repente, com a tragédia com Eduardo Campos, Marina alçada à condição de candidata a presidente, temos a própria Lídice da Mata, candidatura própria que não estava também nos planos tão anteriores do partido, e nós temos aqui agora duas candidaturas que não eram as candidaturas iniciais planejadas pelo partido. Sobre planejamento a longuíssimo prazo, eu acho que na política a gente faz no dia a dia, sentindo a população.
Blog do Anderson: Militantes do PSB alardeiam que o partido vai ter candidato para 2016, para prefeito. Vai entregar os cargos já no mês de abril do ano que vem.
Nadjara Régis: Nós não abrimos essa discussão no partido, nós estamos no governo pela Frente Conquista Popular, temos o compromisso, até hoje pelo menos, que eu saiba, porque o dia de amanhã é outro. Mas, até hoje, a gente está cumprindo o dia a dia do governo, da administração pública que está aí. Nós temos um vice-prefeito, que é Joás, e essa discussão de entrega de cargos não passou dentro do partido em nenhum momento.
Blog do Anderson: Saiu do PT por quê? Tem alguma mágoa?
Nadjara Régis: Não. Eu tenho excelentes amigos e companheiros no PT. Eu acho que nós estamos em um momento importante no Brasil de ter partidos de esquerda comprometidos com as questões sociais, crescendo e com o anseio da população por isso. Às vezes, a gente não se comporta mais num ambiente. Quando eu começar a demonstrar nas minhas ideias, nas minhas reuniões e tudo, as pessoas vão sentindo aos poucos, quais são as diferenças e as alterações, os pensamentos distintos que eu tenho no projeto que está aí posto.