Lotado na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), o professor José Carlos dos Santos Oliveira [Confira o registro do candidato no site do TSE], conhecido como Zé Carlos que é um dos mais atuantes militantes do Partido Socialista Brasileiro (PSB), disputa a sua segunda eleição, desta vez para uma das 63 vagas da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Em recente entrevista ao Blog do Anderson, o candidato, que até pouco tempo ocupava um Assessoria Especial na Secretaria do Turismo do Estado da Bahia (SETUR) e já comandou a Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Vitória da Conquista, comentou sobre a sua campanha e seus projetos para a legislatura. Confira a entrevista na íntegra a seguir gravada no Shopping Conquista Sul.
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Blog do Anderson: Como está sua expectativa com esse momento pré-eleitoral?
Zé Carlos: Muito boa, tanto para a nossa candidatura quanto para a candidatura majoritária, Lídice, Marina e Eliana, será positiva. O País está buscando uma renovação da liderança política brasileira e isso também ocorre na Bahia, na região Sudoeste. A juventude está participando, questionando mais, não está querendo votar em quem não tem proposta e quem também não tem história de luta pela melhoria na vida da sociedade. Nós sentimos um voto mais crítico, um voto que quer uma sociedade menos impositiva, mais horizontal, mais participativa e uma região Sudoeste que está querendo também ser inserida em projetos estratégicos do Estado.
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Blog do Anderson: Marina está impulsionando a candidatura de todo mundo?
Zé Carlos: Sem dúvida alguma. A posição que Marina, que no caso Eduardo estaria ocupando, mas Marina ocupa hoje, deixa também a gente confortável no sentido de nesse momento estar discutindo com a sociedade uma participação em termos de mudança mais profunda nos rumos do País e do Estado. O crescimento de Marina se deve primeiro pela segurança que ela passa para a sociedade, segundo pelo histórico dela e também dos que estão ao lado dela, seja o vice Beto Albuquerque, seja o conjunto de partidos, o PPL, o PSB e a Rede aqui na Bahia. Com isso, os candidatos para deputado estadual e federal também estão sendo alavancados.
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Blog do Anderson: É o fim da era PT?
Zé Carlos: Não, o PT é sempre o maior partido de esquerda na América latina. É um grande referencial para todos que acreditam poder construir uma sociedade melhor e tem dado a sua contribuição para a sociedade. Pelo contrário, a complexidade da sociedade brasileira informa que cada dia que passa, partidos estruturados como o PSDB, PT, PSB, o PCdoB, irão crescer e fomentar discussões. Alguns momentos diminuindo e outros crescendo, mas no conjunto confabulando novas possibilidades de vida para a sociedade.
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Blog do Anderson: Lídice fala que cansou, quer mudança…
Zé Carlos: Mas ela fala do PT em relação a esse momento, não ao PT em termos de continuidade partidária. Nesse momento a sociedade está fatigada mesmo com o projeto colocado e está buscando novidade, nesse caso a novidade são essas forças que estão com Marina, Beto Albuquerque e na Bahia com Lídice e Eliana Calmon.
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Blog do Anderson: Segundo turno na Bahia: se concorressem Paulo Souto e Rui Costa, Zé Carlos fica com Paulo Souto ou fica com Rui Costa?
Zé Carlos: Eu nunca votarei no DEM. Eu não voto pelo que o DEM representa em termos de visão de Estado, em termos de visão de gestão, então eu não posso falar que vou votar nem em Paulo Solto e nem em Rui, acredito que o segundo turno será com Lídice, na verdade. Mas a informação que eu dou é essa: eu não voto com uma posição que não seja uma posição que fortaleça as relações de liberdade. Participação e decisão democrática dentro da sociedade. Nesse sentido, a gente não vota no DEM, não posso dizer que voto em outra posição porque nós não temos a posição ainda do segundo turno.
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Blog do Anderson: Sua candidatura chegou de repente. Qual é a sua expectativa nas urnas?
Zé Carlos: É difícil de falar de expectativa de voto, estamos vendo que o campo está muito aberto para candidaturas novas, isso nós estamos sentindo e estamos sentindo também que a nossa candidatura tem sido receptiva. Temos um problema, enquanto não é aprovada a reforma política e houver a diminuição da participação de quem financia as candidaturas, será muito difícil às candidaturas populares terem grande espaço. Esse é um problema, a compra de lideranças, a compra de pessoas ainda é algo muito forte nas eleições e isso dificulta que a sociedade brasileira tenha candidaturas que possam mais dialogar e conseguir o voto no convencimento e na proposição. O voto continua sendo muito caro porque as eleições continuam sendo dominadas por quem controla e detém a riqueza.
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Blog do Anderson: Você acha que o voto deve valer quanto. Quanto você tem investido?
Zé Carlos: É difícil falar com razão clara, uma campanha dessa, digamos que você é candidato a deputado, a média que se precisa é de 40 mil votos, se você fizer a divisão em cima do que é gasto com material gráfico, panfletinhos, cartazes, carro de som, placas e gente para entregar o panfleto, o material, é disso aí que você faz o quanto poderia ser em média o valor que você vai gastar em eleição. Não é fácil, cada candidatura representa junto com o que se gasta, o tamanho dela também. Tem gente que gasta R$ 3 milhões em uma eleição, tem gente que gasta 50 mil reais. O voto tem essas questões.
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Blog do Anderson: Você vai gastar quanto?
Zé Carlos: Nossa previsão de gasto, nós colocamos pelo menos uns 150 mil reais, é a nossa previsão.
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Blog do Anderson: Já tem essa quantia em mãos?
Zé Carlos: Não, está sendo arrecadado junto a colegas professores, profissionais liberais, advogados, pessoas da população. Estamos buscando doação e uma parte sim ajuda do partido.
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Blog do Anderson: Por que votar em Zé Carlos?
Zé Carlos: A região Sudoeste, Vitória da Conquista está pedindo o aparecimento de novas lideranças, quer renovação a liderança política da nossa região, então o meu nome junto com o nome de outros, logicamente, estão colocados. Nós somos uma candidatura propositiva, nós não somos uma candidatura para apenas marcar posição do voto pelo voto. Somos uma candidatura que acha que é possível inserir a região Sudoeste da Bahia no projeto estratégico do Estado, pois nós não estamos em nenhum, todos os projetos estratégicos são fora do estado. Os ventos, a energia eólica estão no Oeste, o turismo está no Centro, na Chapada Diamantina e no Sul, em Sauípe, Ferrovia Leste-Oeste está no Centro Sul mas não chega a Vitória da Conquista e o polo petroquímico é na Região Metropolitana de Salvador. A nossa região é possível inserir? É possível, mas a gente precisa ter uma bancada forte e ampliada. A representação de Conquista é muito pequena, nós tivemos aqui 80 mil eleitores, nós tivemos quatro deputados estaduais e dois federais, hoje nós temos apenas com 220 mil eleitores, 2 estaduais e 1 federal. É possível ampliar essa bancada para a gente fortalecer também. Agora, precisa ser uma bancada que quando se eleja, dialogue entre si para a gente realmente, independente de partido, unir a nossa região. Uma outra coisa importante é que sou professor, nós conseguimos a universalização do ensino. Hoje não falta escola para ninguém, mas não temos escola boa. A escola da Bahia precisa ter um projeto de educação que melhore efetivamente o saber e a cultura da nossa juventude, que faça ela se inserir mais facilmente no mercado de trabalho e assim por diante. Essa candidatura está colocada para isso também. Para pensar uma reforma da saúde pública, que faça com que os prefeitos e os municípios assumam suas responsabilidades e não concentrem tanto tantos serviços na estrutura hospitalar de Vitória da Conquista, a gente consiga descentralizar mais para facilitar a vida do Hospital de Base e das novas estruturas hospitalares. Outra é democracia de alta intensidade, o Brasil precisa intensificar sua democracia e a gente só consegue isso se a gente criar na sociedade, o desejo de maior participação, transferir o poder para a sociedade, para o orçamento e para tudo. E por último, cidade, é o nosso último tema. Um novo organismo, o Eduardo Campos defendia isso, o PSB defende, a gente precisa de cidades melhores que as que estamos vivendo. Mais inclusivas, cidades mais confortáveis. Conquista é uma cidade, por exemplo, que precisa modificar o seu mobiliário urbano urgentemente. Nós temos um mobiliário urbano que já não serve mais para uma cidade com o porte da nossa terra. A gente precisa fazer controles para que a cidade viva melhor e as pessoas vivam melhor dentro dela. Essa é a nossa candidatura.
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Blog do Anderson: O PSB é cheio de novidades. Não tem como jogar essas ideias na Prefeitura municipal para dialogar com o prefeito? Porque ainda não chegaram ao prefeito?
Zé Carlos: Sua pergunta é fundamental. Eu acho que inclusive, nós participamos do governo municipal, com secretarias, com o nosso vice-prefeito, acho que podemos sugerir a partir da sua inquietação, da sua pergunta, que as ideias do PSB para um novo urbanismo sejam incorporadas na Prefeitura de Vitória da Conquista. Vamos sim, a partir disso, sugerir ao prefeito Guilherme Menezes um encontro com o partido para ouvir as ideias e poder colocar em Conquista.
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Blog do Anderson: Você acha que ele vai aceitar?
Zé Carlos: Depende de como nós estaremos em termos de aceitação dele. Eu acho que são boas ideias, mas é claro que tudo depende da avaliação do prefeito daqui. Se avaliar bem, acho que ele aceita.