Crônica: Ainda há trigal no campo de joio

Foto: Divulação
Foto: Divulação

Esechias Araújo Lima

Pela janela do carro, num relance de olhar, eis que toma vulto a figura de uma candidata, foto estática circunscrita a um cavalete eleitoral, entre outros, ao longo do leito longitudinal de um jardim público. Passei. Chamou-me a atenção o jeito meio infantil de olhar e o sorriso sincero desenhado na placidez do rosto redondo. Não havia afetação, mas naturalidade genuína e desconcertante. Fiquei me questionando o porquê de pôr reparo numa só entre tantas propagandas.

Por ser caminho até o trabalho, a cena se repetiu em outras manhãs, ou tardes. Eis senão quando, entre aparelhos e conversas numa sessão de fisioterapia, alguém me fala de uma candidata ao legislativo federal e discorre sobre sua, digamos, originalidade na postura de pensar a política. Pela fidedignidade da fonte, pela fluência com que discorria, quis conhecer a pessoa. Três, quatro dias depois, estava frente a frente com a moça. Era a mesma da foto no cavalete aberto do canteiro. Não havia dúvida.

Depois de pouco mais de meia hora em conversa, tinha me capitulado. Estava diante, efetivamente, de um desenho novo de politizar, algo que se ajusta como luva no ideário da competência e honestidade que imaginamos para um representante do povo. Alguém que tem cancha para ser nossos olhos e voz.  Olha que não é para dizer que ela me ouvira antes para sondar minhas verdades e repeti-las como suas para meu agrado. De forma nenhuma. Tomou a dianteira da conversa e o modo de pensar e de entender política ia-se encaixando perfeitamente com o que imaginamos para o nosso representante na Assembleia Legislativa. Tudo fluía sem anteparos, naturalmente.

Há em Nadjara um indício tão evidente de coerência entre aquilo em que acredita e o que efetivamente exerce, que não sobram dúvidas: eis aí um ramo de trigo num campo de joio. Casamento entre discurso e o exercício diário da sua postura cidadã. Destoa desta safra vigente de falácias, desses promesseiros de ocasião, tão postos em moda. Nadjara nos desperta para uma nova leva de bons nomes, para o fato de que, neste mar revolto de políticos profissionais, aqui e acolá, ainda se divisam bandeiras genuínas que não se diluem à primeira lufada de oportunismo. Nadjara é uma ponte entre a esperança e o amanhã desenhado com as cores de um Brasil moderno, onde não há mais lugar para se repetirem modelos de fazer política sob a égide do medo, tão em voga quando não se tem argumentos para desdizer a realidade perversa. Bebeu em fonte de águas límpidas, nos primórdios da sua militância. Teve mestres cuja postura nunca arredou pé dos valores éticos, gente que deu fruto e fez de Vitória da Conquista esta cidade em pleno progresso. Nadjara tem vigor e lisura para ser nossa voz no Congresso Nacional, voz esta isenta de conchavos e cooptação.  Dentro da urna, mora um rio: a esperança.   Creio, sim, no seu slogan: de fato, não se pode estancar o novo “PORQUE O NOVO SEMPRE VEM!” Chegou a hora!

Esechias Araújo Lima é escritor, dramaturgo e membro da Academia Conquistense de Letras


2 Respostas para “Crônica: Ainda há trigal no campo de joio”

  1. Maria Dolores

    Querido Esechias:
    Me encantou essa crônica e me encantei ainda mais com Nadjara. “Dentro da urna, mora um rio: a esperança. Creio, sim, no seu slogan: de fato, não se pode estancar o novo “PORQUE O NOVO SEMPRE VEM!” Chegou a hora!”

    Abraços.

  2. Edy

    É perceptível um sorriso sincero assim como aqueles forçados. Nesse amontoado de retratos espalhados pela cidade, poucos são sinceros.

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