Ex-vereador e produtor cultural, o radialista Pedro Alexandre Massinha da Rocha Jardim é uma das figuras mais atuantes de Vitória da Conquista com leve circulação por todas as correntes partidárias. Atualmente Pedro Massinha está sem definição de partido, mas os indicativos apontam a sua inclinação pelo Rede Sustentabilidade, por conta da candidata à Presidência da República, Marina Silva, de quem tem muita admiração. Em recente entrevista ao Blog do Anderson, Massinha comentou sobre o momento político vivenciado no Brasil e adiantou suas expectativas das próximas eleições municipais, quando será eleito o futuro prefeito da Capital do Sudoeste Baiano sucedendo o prefeito Guilherme Menezes de Andrade.
Blog do Anderson: Massinha, como você está acompanhando esse momento pré-eleitoral em Conquista?
Pedro Massinha: É o que o país está acompanhando. A ascensão de Marina, evidentemente carece de uma análise mais aprofundada, essa ascensão era uma coisa inclusive esperada, pelo caráter de novidade que a candidatura dela apresenta. Embora os 20 milhões de votos que ela teve na eleição passada para presidente já fossem indicativos da sua força. Agora quando ela se junta ao Eduardo Campos, que, de forma trágica, saiu de cenário não apenas político, mas já não está mais entre nós, aí ela ascende, cresce Marina pelas propostas que ela apresenta. São análises que precisam ser feitas de forma muito detalhada…
É verdade, houve uma comoção, as pessoas acham que esse crescimento de Marina foi pela comoção, pela morte de Eduardo. Eu particularmente, não cria no Eduardo Campos porque não conhecia o seu currículo. Sabia que era governador de Pernambuco, foi ministro de Lula, mas não sabia de sua força, o quanto ele era querido no estado de Pernambuco e respeitado por parcela da sociedade brasileira. Após a sua morte é que nós viemos a descobrir o quanto ele é bom, o quanto ele é carismático e tem a proposta. O que eu achei mais fantástico nele, dentre outras coisas, é quando ele propõe a educação integrada. Isso já é fantástico, acho que uma sociedade se transforma através principalmente da educação. Com justiça social, mas sem dúvida alguma a educação é o carro chefe disso aí. Voltando a Marina, é um nome que está em evidência, avança cada vez mais e é uma disputa salutar entre as duas, Dilma Rousseff e Marina Silva.
Blog do Anderson: Conquista tem 18 candidatos naturais da cidade, como você observa essa mistura?
Pedro Massinha: A democracia é assim mesmo. São pessoas que sonham, que querem fazer algo pela população. É o que nós esperamos, isso é o que se propõe da política. É natural que tenham tantos candidatos, evidente que alguns têm chances reais de vitória e consequentemente executar coisas boas para a cidade, outros aspiram, imaginam-se capazes de receber os votos, mas não têm uma densidade. Eu sei que é um balaio de gato esse tanto de partidos, é muito partido. O que resulta é que você não se define, você não tem como sair fazendo uma peneirada. Se tem alguém com muita densidade eleitoral, mas não tem consistência política. Outros que ainda não têm densidade, mas são um grande quadro político, podem ser uma boa opção para a cidade.
Blog do Anderson: Qual é a principal demanda para Conquista?
Pedro Massinha: Eu vejo que Vitória da Conquista, e não sou só eu que vejo na Bahia e no Brasil, não penso que porque nós estamos no nordeste da Bahia, não somos observados. Nós somos observados e avaliados. Conquista é uma cidade diferenciada geograficamente, ela funciona muito bem e daí essa influência que exercemos sobre o norte de Minas Gerais e a recíproca é verdadeira. Nós recebemos o sertão, nós temos grandes eventos que propiciam à nossa cidade propagá-la através deles. Na política temos uma história brilhante de grandes quadros que estiveram a frente do Município e que honraram os seus mandatos. Cada vez mais a gente avança. Quando se fala de empresariado, nós vemos que somos capazes de crescer independente da questão política partidária. A cidade crescer por si só. Claro que não se pode negar que as pessoas estão aqui também porque veem que é uma cidade muito bem cuidada. Mas a cidade de Vitória da Conquista tem dentro de si a vontade de prosperar, de crescer e de avançar para que haja um novo quadro político a partir de agora. Cada dia que passa a cidade cresce mais, nós estamos com problema de água, resolve-se agora o problema do aeroporto. Não dá pra ficar olhando a cidade como uma coisa micro, tem que ser macro para que nós tenhamos indústrias, para que tenhamos mais faculdades, que a medicina avance cada vez mais, não apenas o lado empresarial, a pública e a privada. O bom da política é isso, que você seja convidado para ouvir todos os quadros. As pessoas estão indo para ouvir, refletir e se posicionar. Hoje a política tem uma militância que é definida por uma questão ideológica ou por uma questão de relação comercial, quando ela é empregada na prefeitura, no estado, num comício. Eu estou falando de uma forma geral. É um compromisso de barriga, de emprego. Mas tem a ideológica, a filosófica que ouve e se posiciona. Eu acho que Vitória da Conquista em 2016 vai ser um cenário espetacular para que haja todas as manifestações e tendências. São dois turnos e, esqueça, não há um nome ou uma proposta exclusiva, a cidade toda vai participar. Inclusive lançando, quem sabe, candidaturas ou apoiando aquela que considerar melhor.
Blog do Anderson: Em 2016, o que você está preparando? Pensa em ser candidato?
Pedro Massinha: Eu estou dentro desse contexto. Eu gosto de política, mas eu não penso em ser candidato.
Blog do Anderson: Qual nome você acha que será sucessor de Guilherme Menezes?
Pedro Massinha: Tem vários nomes. Quais são os que já estão na ordem do dia? Tem o deputado Zé Raimundo que é um candidato natural, tem o de Waldenor Pereira que também é deputado, o deputado Jean Fabrício que também se coloca como tal, o Herzem Gusmão se coloca, Esmeraldino se coloca, todos… Ticolô se coloca. Agora, quem é o candidato que a cidade quer e precisa? Qual é o melhor candidato, qual é a melhor proposta, melhor ideia? Eu particularmente defendo o seguinte: que não tenha a reeleição, para que o candidato não aparelhe a Prefeitura para ficar sob o seu comando exclusivo. O ideal é quatro anos e depois se renova, passa para outro. Eu vou ouvir tanto essa questão da alternância do governo. Eu acho que isso é salutar, isso é importante. Tem outros nomes que poderiam ser candidatos. Eu vou dizer na minha visão, até porque são empresários, estão na área, são respeitados… Na área de medicina, por exemplo, tem Onildo Oliveira, tem Valverde, tem o Cadete. Como é que você descobre o candidato? Primeiro ele tem que ser probo, ele tem que ser correto, isso é obrigação. Tem que ter uma visão macro da cidade, tem que gostar da cidade e que seja vitorioso na sua área. O empresário passa a ser vitorioso na sua área quando tem visão de futuro e serviços prestados, que tenha raízes na cidade. Necessariamente não precisa ter nascido aqui, mas que já tenha uma história, às vezes o cara chega aqui e quer ser candidato, não é por aí. Têm muitos nomes, o Zé Maria já se colocou como possível candidato. Então vamos ver na hora quem é que a cidade quer. Às vezes você pensa que é o candidato ideal e não é. Você pode ser o mais preparado, mas não tem cheiro de povo, não tem raízes com a sociedade, não tem serviço prestado. Nós estamos nesse processo de discussão, de que se apresente um candidato bom para a cidade e que necessariamente ele não precise estar dentre esses citados que já seriam naturais candidatos. O prefeito já não mais será, a conversa tem que ser muito ampla, você tem que conversar com todo mundo. A cidade não vai por gravidade ou à deriva. Ela vai de uma forma consciente buscar o melhor candidato para si.