Uma quadrilha de empresários que montava empresas para combinar preços e ganhar editais e licitações públicas foi desarticulada nesta segunda-feira (20) pela Polícia Federal durante a “Operação A-Gate”. Em coletiva, a polícia informou que dentre os sócios de uma das empresas estava um vendedor ambulante de picolés. O homem era um dos “laranjas” usados pelos empresários, que também envolveram alguns familiares de seus funcionários. Todos os “laranjas” sabiam que seus nomes estavam sendo usados em fraudes, mas aceitavam o uso em troca de uma quantia mensal. De acordo com a polícia, nenhum deles foram presos nesse momento, mas terão de responder por suas condutas.
Dos seis mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal contra os empresários, cinco já tinham sido cumpridos ainda pela manhã; quatro deles em Salvador e um em Feira de Santana. Também foram expedidos 14 mandados de busca e apreensão, a maioria em Salvador. Os suspeitos de chefiar o esquema foram ouvidos e levados para o sistema prisional na capital baiana. Eles ficarão presos por ao menos cinco dias, prazo que pode ser prorrogado por mais cinco. Se comprovada a participação, serão indiciados pela prática dos delitos de falsidade documental, fraudes a licitações e formação de quadrilha. Segundo a polícia, pelo menos seis empresas figuram nas fraudes que causaram um prejuízo estimado de R$ 2,5 milhões entre os anos de 2010 e 2013, sempre na atividade de fornecimento de mão-de-obra para serviços gerais. A quadrilha colocava as seis empresas do grupo para disputarem um mesmo processo licitatório ou edital; cinco delas com preços baixos e uma com um preço maior. As que tinham ofertado os preços mais baixos afastavam a concorrência das empresas que não pertenciam ao grupo, mas eram desclassificadas logo em seguida por conta de dívidas ou de falta de documentação. Com isso, restava somente a única empresa do grupo que havia ofertado o valor mais alto e ela acabava sendo aprovada. As investigações começaram há um ano, após uma denúncia do Ministério do Trabalho. Além de vitimar diversos órgãos federais, a exemplo da Delegacia Regional do Trabalho, Fundação Nacional de Saúde, Marinha do Brasil e Anatel, as empresas envolvidas no golpe também acumularam diversas ações trabalhistas, já que antes de findar o tempo de prestação de serviço, deixavam de pagar os salários e as contribuições previdenciárias dos funcionários. Informações do Correio24Horas.