Guerra nas redes sociais

Jeremias Macário

Jeremias Macário

Confesso que não me atrevo, especialmente nesta época de eleições, a discutir política nas redes sociais, Pelo meu porte físico, não dá mesmo para suportar tantas escarradas partidárias. Ouço comentários de uma verdadeira guerra psicopata fundamentalista das mais cruéis e desumanas. Dizem ser mesmo coisa de terror, com tiros e bombas para todos os lados.

No lugar de instruir e educar, o novo veículo eletrônico de comunicação de massa tem provocado estragos e ruídos na informação, com barbaridades falsas, palavrões de baixo calão, xingamentos e idiotices característicos do próprio animal mais selvagem e bruto da face da terra. Eles passam o tempo esmurrando um ao outro sem dó e compaixão.

Nas redes sociais, os internautas se comportam como bandos de trogloditas ou vampiros de unhas e dentes afiados, armados de paus e pedras, com desejo insaciável de chupar até a última gota o sangue um do outro. Impera a mesma intolerância comportamental dos extremistas e conservadores de direita que pregam tradição, família e pátria.

Essas pessoas não vacilariam nem um pouco em apoiar uma ditadura do pensamento livre. Através do patrulhamento, sufocam a liberdade de expressão, travestidos de democratas. Para eles, o direito de se dizer o que se pensa não conta. Não faz parte da pauta de respeito.

A grande maioria se diz contra o preconceito, mas é mortalmente preconceituosa, discriminatória e fútil. Não usa nem 1% dos neurônios cerebrais. Está bem longe de uma reflexão intelectual e analítica da conjuntura política, econômica e social do país. A radicalização de ambas as partes não deixa aflorar os sérios problemas de uma nação em decadência na esfera do saber pensar.

 O termo imbecil para essa gente indecente que troca farpas, agressões verbais de punhos fechados e mentiras é até por demais decente e de bom tom. Verdadeiramente, ainda estamos muito distantes de uma democracia civilizatória. Nessa guerra fraticida suja e pestilenta, estou fora e não perco meu precioso tempo.

 É muito triste e vergonhoso ver o meu país nesta baixaria política que em nada engrandece a nossa pátria, ao contrário, dá mais um atestado de que não estamos preparados para o mundo dos debates e das ideias, sem medo de decidir o seu destino. Um povo que assim se comporta, é um povo que ainda carrega a escravidão da ignorância e da brutalidade.


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