Após três horas de debate, os professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) aprovaram, nessa terça-feira (24), o estado de greve. A categoria entendeu que é necessário “dar uma resposta” ao governo, que tem imposto uma política de sucateamento das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) e se recusa a negociar com o movimento. Uma paralisação de atividades no dia 8 de abril para a construção de um ato público em Salvador também foi aprovada. Leia na íntegra a notícia da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (
Durante todo o ano passado foram realizadas audiências públicas, paralisações, passagens nos gabinetes de deputados (reivindicando mais verbas), diversas reuniões com representantes governamentais, campanha de mídia de denúncia da crise orçamentária e até mesmo ocupação da Assembleia Legislativa. No entanto, o governo não respondeu a demanda do Movimento de destinação de 7% da receita líquida de impostos para o orçamento, nem cumpriu com os compromissos firmados no que se refere ao projeto de lei para desvinculação de vagas por classe e ampliação do quadro docente. Atualmente a UESB apresenta um déficit de mais de 300 professores. Os direitos trabalhistas como promoção, progressão, alteração de regime de trabalho e reposição inflacionária também não estão sendo cumpridos.
Além de não destinar as verbas necessárias para o funcionamento das instituições, o governo tem imposto reduções na rubrica de manutenção, investimento e custeio. Os cortes de 2014 e 2015 representam cerca de R$ 19 milhões para as UEBA. Tal situação interfere diretamente no andamento das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Não há recursos para aulas de campo, pagamento das bolsas, dos fornecedores e dos funcionários terceirizados, dentre outros problemas.
Diante desse cenário, a categoria entende que não faltam motivos para a deflagração da greve. Contudo, é necessário aglutinar mais forças, ampliar a mobilização da comunidade acadêmica e construir a unidade nas quatro Universidades Estaduais. Neste sentido, os professores da UESB deliberaram pelo estado de greve. No mesmo dia, os docentes da UEFS também aprovaram o estado de greve. O referido ponto será discutido pelos professores da UESC nesta quarta (25) e pela UNEB no dia 31 de março.
A paralisação das atividades foi deliberada para o dia 8 de abril com a construção de um ato público em defesa da educação pública em Salvador, na Secretaria de Educação. O evento está sendo construído conjuntamente com coletivos estudantis, sindicatos e movimentos sociais. Na ocasião, será lançado o Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública. Todas as entidades presentes denunciarão os problemas enfrentados e protocolarão suas pautas de reivindicações.