O PT, a Petrobras e minhas lembranças…

Foto: Blog do Anderson
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Edwaldo Alves Silva

No último domingo participei da Plenária Regional do Partido dos Trabalhadores no Salão da Câmara Municipal, na qual estavam presentes dirigentes partidários dos municípios que integram o Território do Sudoeste, dirigentes estaduais e deputados petistas. Na minha opinião, a importância da reunião foi mostrar que o partido está vivo, buscando superar possíveis erros de filiados que exerceram  cargos públicos e descumpriram as nossas regras estatutárias. Não foi uma assembleia de choradeira e lamentações. Ao contrário, com espírito autocrítico buscou-se resistir e superar a onda de desinformações e deformações que a grande mídia promove contra o partido e os governos Lula e Dilma. Todos apoiaram a apuração de todos os fatos reais e verdadeiros, livres do unilateralismo conservador, de interesses eleitoreiros e de grupos inconformados com a derrota eleitoral de 2014. Leia na íntegra a opinião do petista Edwaldo Alves Silva.

A formação do estado brasileiro desde a colonização e a acumulação capitalista no Brasil desenvolveu-se pela simbiose entre o Estado e a corrupção. Sempre com o inconformismo e denúncias das forças sadias da nação. Muitas vezes a bandeira da luta contra a corrupção e pela moralidade pública foi instrumentalizada demagogicamente pelos setores conservadores e direitistas do Brasil. No entanto, a corrupção sempre existiu,  creio que agora chegamos em um momento crucial no combate a essa  praga. A sociedade cansou da apropriação indébita da riqueza criada pelo trabalho de todos. Somente pessoas desinformadas ou mal-intencionadas podem negar os esforços que o Governo Dilma por meio da Policia Federal, Corregedoria Geral da união, Procuradoria da República juntamente com o Ministério Público, a Justiça Federal e outros órgãos estão realizando para eliminar ou diminuir drasticamente a corrupção pública e privada. Não houvesse esse esforço conjunto seria impossível entender porque tantos grandes empresários, políticos poderosos e altos funcionários públicos estão respondendo a processos, sendo  levados aos tribunais e recolhidos à cadeia. Sonhamos que a esse processo positivo some-se uma verdadeira reforma política, oriunda de uma assembleia constituinte exclusiva, soberana e democrática.  Se não mudarmos as regras vigentes, principalmente as eleitorais, em pouco tempo,  a chamada crise moral atual se repetirá continuadamente.

A Plenária Territorial do PT lembrou-me  reuniões que participei no Sindicato dos Petroleiros, em Santos, em meados  dos anos noventa. Eram assembleias massivas em defesa da Petrobrás. Na verdade, eram atos que integravam a luta histórica em defesa da soberania nacional, do desenvolvimento do país e da defesa das nossas riquezas minerais. O governo de FHC estava em plena volúpia neoliberal e privatizante. Grandes empresas públicas foram privatizadas e entregues ao capital internacional. A Petrobrás era o grande objetivo do neoliberalismo e das empresas que controlam o mercado internacional do petróleo. O sindicato, com forte base entre os trabalhadores da empresa em Cubatão e São Sebastião, resistiu e venceu com o  apoio da Federação Única dos Petroleiros/FUP que acabava de ser formada. Todos entendiam que participavam de um processo histórico que se desenrolava desde a década de trinta, cuja luta pelo petróleo levou o escritor Monteiro Lobato à cadeia. A bandeira “O Petróleo é Nosso!” mobilizou milhares e milhares de brasileiros e brasileiras no início da década de cinquenta e culminou com a Lei 2004 que instituiu o monopólio estatal da pesquisa, prospecção e extração do petróleo, constituindo a Petrobrás.

Ao entrar no fechado mercado internacional do petróleo o Brasil contrariou fortes interesses econômicos e geopolíticos do grande capital internacional. Não é preciso ser um especialista para entender que se trata de uma disputa dura e cruel na qual todas as armas são usadas. O mercado internacional do petróleo provoca guerras, golpes militares, assassinatos de líderes, corrupção e intervenções militares por interesses das grandes empresas que controlam esse mercado. Não é à toa que sustentam ditaduras sanguinárias em países   produtores de petróleo, apoiando e mantendo sultões, sheiks e reis que parecem figuras fugidas da idade média.

A perspectiva do Brasil tornar-se um país exportador de petróleo graças  à descoberta do pré-sal, fruto exclusivamente da alta tecnologia brasileira de pesquisa e prospecção em águas profundas, perturbou extremamente interesses econômicos internacionais. O problema passou  a chamar-se também Brasil e não apenas  Venezuela.

Os atos de corrupção de altos funcionários da Petrobrás, que devem ser rigorosamente apurados, estão sendo aproveitados para tornarem-se armas que enfraqueçam a empresa, paralisem o pré-sal e diminuam a importância do Brasil no comércio internacional, e, quem sabe, restabeleçam a possibilidade da sua privatização, criando a empresa privada Petrobrax como era o sonho de Fernando Henrique.

Precisamos atendar cuidadosamente para o preço internacional do barril cuja queda reduziu-o apenas à metade do que era antes, prejudicando enormemente a Venezuela e diminuindo a viabilidade econômica do pré-sal. Felizmente, sabemos que não conseguirão manter esse artifício por muito tempo. A busca do lucro falará mais alto. A Petrobrás continua batendo recordes de produção e no entanto a sua cotação na Bolsa de Valores está em queda. Fenômenos que a ciência econômica não explica. Agências internacionais de avaliação,  controladas pelo grande capital, sem explicitar os critérios técnicos,  continuam rebaixando os conceitos da empresa e do Brasil. O cerco é pesado.

O PT não desiste nunca. Aqueles que comprovadamente desonraram o cargo público que ocupavam, seja lá quem for devem pagar e caro. Mas, não podemos ver a árvore e não enxergar a floresta. A luta “O petróleo é nosso!” e a defesa da Petrobrás continuam e não nos deixaremos enganar pelos grandes meios de comunicação que conscientemente ou não defendem os  interesses mesquinhos e antinacionais de poderosos grupos econômicos internacionais.

O Brasil é mais forte, e conseguiremos a nação próspera, desenvolvida, democrática e com justiça social que todos queremos.

Edwaldo Alves Silva é filiado ao PT.


4 Respostas para “O PT, a Petrobras e minhas lembranças…”

  1. JOSENILTON

    COMPANHEIRO EDWALDO. VOCÊ TÁ FALANDO SÉRIO? VOCÊ ACREDITA QUE O ASSALTO A PETROBRÁS FOI ATO ISOLADO DE ALGUNS DIRETORES COLOCADOS LÁ PELO PT , PMDB E PP, FORMANDO UMA QUADRILHA JÁ DESBARATADA PELA PF , MPF E JUDICIÁRIO? ACHO DIFÍCIL ATÉ PARA VOCÊ ACREDITAR EM SEU ARGUMENTO. NA VERDADE EDWALDO ESSE DINHEIRO DA PROPINA VOOU PELO BRASIL AFORA ABASTECENDO OS CAIXAS DE CAMPANHAS DE GOVERNADORES E DEPUTADOS DE TODOS OS RECANTOS, (EU DISSE TODOS) QUE INTERESSAVAM AO PT, PARA MANUTENÇÃO DO PODER CENTRAL. O FUTURO DO PT SERÁ IGUAL AO DO PDS (LEMBRA DELE?) SAIRÁ DE CENA PELA PORTA DOS FUNDOS.
    EM TEMPO: SEGUNDO UM EX-PETISTA EXISTE UM LEMA NA CÚPULA DO PT: SURRUPIAR PARA O PARTIDO VALE PARA O PRÓPRIO BOLSO NÃO.
    E TEM MAIS. O BNDES VEM AÍ.

  2. Neto

    Hipocrisia e cinismo, teu nome é PT.

  3. Ivanilson Lima da Silva

    Eu acho de um cinismo imenso esses caras do PT de colocar a culpa da incompetência da presidente e do partido na mídia. Pois para eles, a mídia está querendo, juntamente com a elite implantar um golpe de estado. O mais engraçado é que na época de FHC eles pediram a sua saída e era considerada uma atitude democrática, enquanto o fora Dilma é considerado como golpismo. Vai entender esses petralhas!!

  4. Lea Gusmão

    Meu querido,

    Vc deveria ter vergonha de culpar outros partidos. O que o seu PT está fazendo com os brasileiros não tem condições. É vergonhoso, dissimulado, cretino, ladrão, são alguns substantivos que podem definir o seu PT e os chefes da maior quadrilha organizada do Brasil e da América Latina “LULA e DILMA”.

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