Um grupo formado por homens, mulheres e crianças que dizem serem índios, provocou tumulto na Praça Presidente Tancredo Neves, em Vitória da Conquista, no final da manhã desta terça-feira (31). A situação foi causada por uma fotografia em que um indígena aparece sendo fisgado por um anzol. Eles, que atualmente ocupam o espaço do Cristo de Mário Cravo, na Reserva Florestal da Serra do Piripiri, exigiam a presença da imprensa para que deixassem o local.
Em nota enviada ao Blog do Anderson, “a Prefeitura de Vitória da Conquista esclarece que a imagem é resultado da Oficina Lambe-Lambe, contemplada pelo edital Calendário das Artes da Fundação Cultural do Estado da Bahia, não tendo a Administração Municipal qualquer intervenção no processo criativo do artista. O mesmo, afirmou para o Governo Municipal, tratar-se de uma imagem que retrata o processo de dizimação dos índios em Vitória da Conquista, ocorrido em 1752”.
4 Respostas para “Política Conquistense: “Índio no anzol” provoca tumulto”
Rosalvo Junior
É ridículo qualquer “artista” que caçoe ou desmereça uma etnia tão importante como é a dos nossos queridos índios. Esse povo é o original habitante do Sertão da Ressaca, território onde está assentada a nossa Vitória da Conquista. Assim, chega de libertinagem e cretinice, praticadas em nome de medíocres forma de expressão, seja artística ou difamatória. Quer ser diferente, cabôco, use a sua imaginação, se a tem, sem ridicularizar os outros… ou… como bem cantou Vital Farias:
“Deixa o índio no seu canto
Que eu faço um acalanto,
Canto uma canção!
Eu que nasci na floresta
Canto e faço festa pro seu coração.
Voa… voa… Azulão!…
Karla Dias
É triste perceber os caminhos que a falta de informação e o mínimo de censo crítico podem levar. Neste caso específico, há um evidente desconhecimento do processo histórico que marcou e ainda estigmatiza as relações com os indígenas, desde a colonização do Brasil. E se pensarmos na dita “vitória da conquista” dos colonizadores sobre os indígenas que aqui habitavam, especificamente naquele local onde foi afixada a imagem, fica mais que evidente que a foto se propõe a protestar. A arte cumpre o seu papel ao evidenciar o genocídio da população indígena no percurso de toda a história, uma grupo que hoje representa apenas 4% da população nacional, são menos de um milhão em todo Brasil. O artista teve uma iniciativa louvável ao trazer estas questões para pauta. Uma pena que a compreensão foi tão limitada.
francisco de assis
É TRISTE A FORMA COMO OS ÍNDIOS SÃO TRATADOS EM NOSSA CIDADE, NÃO IMPORTA QUEM FOI O INFELIZ QUE TEVE UMA IDEIA REPUGNANTE ABUSIVA VERDADEIRA FALTA DE RESPEITO,COM QUE ESTA PRECISANDO DA NOSSA AJUDA
Ruy Lemos
Concordo plenamente com as palavras do escriba Rosalvo Junior! E digo mais: o sujeito, se artista, evita sempre a afronta em sua arte, principalmente quando se trata de uma parcela da raça humana tão espoliada e massacrada como são os nossos irmãos e irmãs índios, durante esses mais de quinhentos anos de Brasil. Outra: para homenagear esses nossos queridos originais donos da terra, façamos como o Menestrel Elomar Figueira Mello, que assim bonito diz no seu “Canto de Guerreiro Mongoió”:
“Uiúre iquê uatapí apecatú piaçaciara.
Unheên uaá uicu ára uiúreIanêiara!…
P.S.: Salve! Salve! Lindíssimos remanescentes da Nação Mongoió! A nossa Vitória da Conquista é pátria vossa também!!!