No interior da Bahia, um bebê que precisava fazer uma cirurgia cardíaca não resistiu à espera pela operação na rede pública e morreu. A família tinha até uma liminar da Justiça determinando que o menino fosse operado imediatamente. Mas nem isso adiantou.
As roupinhas ficaram como lembrança. O berço está vazio no quarto dos pais. O drama do pequeno Gustavo começou há um mês e meio, assim que ele nasceu no Hospital Municipal de Vitória da Conquista, cidade vizinha a Cândido Sales, onde a família do bebê mora. Gustavo nasceu com um problema grave no coração, que só poderia ser resolvido com uma cirurgia.
No dia 9 de março, a Justiça determinou que ele fosse transferido para um hospital especializado em Salvador, mas a Central da Regulação da Bahia, vinculada à Secretaria de Saúde do Estado, não conseguiu a vaga. Como não houve a transferência, a juíza Adriana Couto, da Comarca de Cândido Sales, resolveu bloquear R$ 300 mil do fundo estadual de saúde, para que a cirurgia fosse feita em um hospital particular em Salvador. Mas não deu tempo.
O estado de saúde de Gustavo se agravou e ele morreu. No velório, tristeza e revolta. “O que eles falavam era só isso, que não tinha vaga, mais nada. Eles não ligavam, a Central de Regulação não me ligava para dizer nada”, conta Nariane Landes, mãe do bebê.
“A gente sofre demais. O primeiro filho da gente, acontecer um negócio desse aí, é revoltante”, afirma Ricardo Ribeiro, pai do bebê. Na UTI do mesmo hospital, outros dois pacientes ainda aguardam por vagas em Salvador. Segundo a Central de Regulação ainda não há vagas. O filho de Renata está internado há sete meses, desde que nasceu. Ele também tem problemas cardíacos e só pode ser operado. Sobre os bebês internados, a Secretaria de Saúde informou que as crianças estão na fila aguardando uma vaga em um hospital especializado para que cirurgia possa ser feita. Assista a reportagem do Bom dia Brasil.