Ruy Medeiros
Com tanta tristeza no mundo, ainda vem esta: a morte de Luís Fernandes. Veio assim de vez, assustando, trazendo profundo sentimento de perda, sensação do incompreensível. As pessoas contavam ainda continuar ouvindo sua conversa amiga e bem humorada e ler textos novos na sua Taberna da História. Imaginavam, como ocorreu com sua revista dedicada aos cem anos do jornalismo conquistense e com outra dedicada ao ensino em nossa terra, Luís entregando seu texto (já pronto, mas não editado) sobre o esporte em Vitória da Conquista. Muitos já torciam para ver a edição, bem ilustrada, de seu trabalho. Leia na íntegra.
Sei com que dedicação e entusiasmo Luís saia catando pessoas para entrevistar, debruçava sobre velhos jornais e colhia informações. Ultimamente, estava valendo-se da tecnologia: munido de scaner bastão passava-o por sobre páginas e mais páginas dos jornais conquistenses de ontem, ao invés do procedimento anterior de copiar a mão notícias e mais notícias.
As vezes parava o passeio do scaner para ler qualquer outra nota que atraísse. E comentava, perguntava se A ou B ainda viviam ou como poderia contatá-los.
Penso, por isso tudo, que Luís era um misto de jornalista investigativo e historiador. Mas, sobretudo, amigo. Sei, de ciência própria, como era querido no local do trabalho, por seus colegas, e no Curso de Direito, por todos. Amado pelos familiares não há dúvida.
Bom de conversa, já iniciava um causo ou uma anedota conquistense com sorriso pendurado nos lábios e estimulava o interlocutor contar outra historinha qualquer. Com certeza, ele a passaria adiante, como ocorreu com causos de Seu Costa, do Padre Palmeira, de Nita Preta, ou de outros tantos.
Deu a seu blog o nome de Taberna – Taberna da História. –(http://tabernadahistoriavc.com.br) Bem diz de seu espírito esse nome capaz de fazer entender que História se vive também em hospedarias e bares.
Penso que represento o pensamento de todos em minha imensa esperança de que o poder público se sensibilize o publique a revista que Luís Fernandes escreveu sobre o esporte em Vitória da Conquista.
Meu forte abraço aos familiares, colegas e amigos de Luís Fernandes.
É terrível compartilhar tristeza. Sua morte não estava combinada com ninguém, taberneiro das coisas conquistense.
3 Respostas para “Luís Fernandes, Taberneiro da História, despediu-se”
Ebeilde Araujo Pedreira
Expressiva homenagem de Dr. Ruy a Luis Fernandes. Eu tive a oportunidade de conhecê-lo e inclusive, forneci algumas fotos de família sobre os times de Vitória da Conquista para ele scanear e colocar na Revista que estava elaborando. Com certeza os conquistenses estão muito tristes com o seu falecimento. Perde muito a Memória de Conquista sem o seu historiador incansável.
Paulo César Fernandes
Utilizo-me do espaço para agradecer a todos os amigos do meu irmão Luis, que de uma forma ou de outra prestaram uma homenagem para ele. Todos, sem exceção, que tiveram o privilégio de conviver com meu irmão, nosso historiador, nosso servidor público. Em especial agradeço ao Dr. Rui pelas palavras a respeito dele. Nem preciso dizer o quanto está sendo dolorido para a família acostumar-se com sua ausência entre nós, penso que seja um sentimento compartilhado pela cidade. Dizer a todos que apesar de breve, foi um privilégio muito grande conviver com uma pessoa tão cheia de luz. Acredito que nos encontraremos em “algum lugar” para trocarmos um forte abraço! Por enquanto muito saudades… Te amo meu irmão!
Weldon Dutra
A morte de Luis representa uma perda para todos. Como advogado militante da Justiça do Trabalho, tive a alegria de conviver por algum tempo com Luis. Sempre atencioso, alegre e gentil.
Não tínhamos de fato uma relação além do tribunal, mas quando soube da notícia, senti uma grande tristeza.
Descanse em paz Luis!