Jorge Maia
Eu era menino, e não faz muito tempo, e tive a oportunidade de conhecer e vivenciar histórias de crianças que colocavam algo no nariz e deixavam os pais em desespero. Todos nós temos algum caso um caso para contar sobre meninos ou meninas que, Deus sabe porquê, enfiou algo no nariz e chega chorando buscando a mãe para resolver o problema. O pânico se instala, principalmente se é uma mãe de primeira viagem e tem o primeiro caso de filho que enfia algo pelo nariz a dentro. Leia na íntegra.
Choro, lágrimas, pedido de socorro, apelos: valei-me meu Bom Jesus da Lapa, meu Senhor do Bonfim e tantos outros santos e potestades celestiais são invocadas para dar uma solução. O desespero é maior do que a gravidade da situação, mas estamos falando de pais e filho, aliás, filhos e pais, pois são os primeiros que causam o problema.
Quem não se lembra daquela tampinha interna que protegia o vidro de perfume? Pois é, ela era campeã. A preferida entre tantas mil. A criança pegava a tampinha, começava a cheirar e de repente; a bendita esta dentro do nariz, era o começo de um drama, sempre resolvido, mas um tanto desesperante.
Vivenciei a experiência em minha casa, na condição de pai, quando Anamaria resolveu seguir os milhares de exemplos já ocorridos e pôs em uma das narinas uma daquelas tampinhas. Claro, no desespero, fui convocado para fazer uma intervenção para remover aquele artefato plástico, o qual já dificultava a respiração da menina, sensação ampliada pelo medo.
Iniciei a operação usando uma pinça, orientando para que não respirasse por aquela narina e usando uma pinça, depois de certo trabalho, extrai a tal tampinha de plástico. Foi uma operação de sucesso, senti-me um cirurgião, mas não quero repetir a experiência.
Outras crianças são mais criativas. No meu caso, em especial, não tinha uma tampinha de perfume para enfiar no nariz, fui mais criativo, gostava de viver perigosamente e decidi, observando meu pai cortando abóbora, na cozinha, ajudando minha mãe, pegar um daqueles pedaços, sob a forma de cubo, e aspirar. Gente, que sufoco, que trabalheira. Comecei a chorar. O certo é que ainda estou vivo e contando isso para vocês uma dessas coisas curiosas que crianças fazem, ou faziam, pois hoje a inocência nos abandonou e sabemos de outras coisas, perfeitamente dispensáveis, aspiradas em qualquer idade. 240515