O que o amor faria

Foto: Blog do Anderson
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Valdir Barbosa

Sob o rufar de tambor, no alvorecer e na hora crepuscular da palestra que fez ser diferente, a vida dos que puderam estar presentes na plateia, foram entoados cânticos da tribo Cherokee saudando a natureza mãe, de burgo do Havaí sublimando o Criador. A voz contagiante trazia na tonalidade impar, a harmonia de quem transcende conseguindo viajar aos redutos, nos quais brotaram as canções tornando também os assistentes viandantes das mesmas veredas, onde residem almas livres e iluminadas. Leia na íntegra.

Entre um e outro cantar, a boca de largo e expressivo sorriso esparge sabedoria, da forma como fazem apenas os humildes, que de maneira simples disseminam conceitos revestidos da mais absoluta profundidade. Torna capazes os assistentes, de entender que o segredo na busca do autoconhecimento, não reside apenas na capacidade de mergulhar em seu próprio intimo, através da meditação e reflexão, embora ensine que em cada um de nós estão respostas para a grande pergunta que inquieta o ser humano: QUEM SOU EU.

Aos poucos, na esteira dos seus argumentos, exemplos que informam ser possível conhecer a si próprio mirando o semelhante, já que o outro consegue, como se representasse um espelho refletir a face de nós mesmos, foram ficando claras as mensagens apontadas e explícita a intenção de fazer entender seu discurso competente.

Então, como espelhos, ouvintes e assistido se sentiram reis, na razão direta da percepção de que muito aprende, quem muito ensina e a realeza de ambos se concretizou ali, na capacidade do mestre de passar conhecimento a quem, afinal, virá também ser agente multiplicador de tudo quanto aprendido. Diante da majestade do Doutor Rex Thomas, não pelo aspecto ébano fascinante, mas pela energia vivida em reciprocidade, se deu a simbiose. Remeto minha lembrança, ao Primeiro Simpósio internacional de Autoconhecimento realizado no Bahia Othon Palace, dias atrás.

Disse-o Rex: carece conhecer a existência de duas caixas, negativa e positiva ladeando sempre, o coloquial dos viventes, porém é preciso encontrar um polo neutro, próprio de fazer perceber, mirando em frente, que as coisas são como são e assim, voltando ao nosso intimo que somos o que somos, nada mais do que isto, no contexto desta engrenagem. A cada estimulo será possível abrir e retirar o conteúdo de um dos estojos, ao talante de quem os detém, para usar as ferramentas nelas contidas, no afã de enfrentar a realidade cotidiana. Na arca positiva estão os sargentos do amor.

Então, antes de fazer zoar o tambor, fundo da canção havaiana emocionante, o rei discursou sobre duas coisas que me deixaram magnetizado. “Quando for preciso decidir, tomar uma atitude, pergunte ao seu eu, o que o amor faria diante disto”. Confesso, do alto dos meus sessenta e três anos, nunca mais serei o mesmo, depois de ter ouvido dita expressão. Mas o homem foi além.

Num momento de incertezas gritantes pelas quais atravessa a nação alguém, que seguramente não é Africano, Americano, Europeu, Asiático, não veio da Oceania ou da Antártida, nem é extraterrestre, mas transcende por ser cosmopolita, falou o seguinte: “O mundo ainda haverá de reverenciar este Brasil, como a pátria de excelência do mundo” lastrando sua assertiva, na certeza de que dentro em breve, na inspiração de preclaros como Maribel Barreto e outros organizadores do conclave, onde fui penetra, a matéria CONSCIÊNCIA será inserida na grade curricular, desde o ensino fundamental. Justo fundado nela, a consciência, será possível fazer crescer seres de bons propósitos.

Lembrei-me desta, da geração dos homens e mulheres de todos os níveis, hoje responsáveis pelos desígnios de nossa pátria. Talvez tenha nos faltado perguntar em vários momentos de decisão: O que o amor faria? Onde deixaram de ser aplicados nos instantes mais simples, aos mais complexos, ditames da verdadeira consciência? Felizmente existiram, existem e ainda hão de existir muitas Maribel, muitos Rex e muitos Sérgios Moros.


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