Cadê o aeroporto de Conquista?

Foto: Blog do Anderson
Foto: Blog do Anderson

Jeremias Macário

Por quanto tempo Vitória da Conquista (distante 510 quilômetros de Salvador) vai ter ainda que esperar pela conclusão definitiva do novo aeroporto que esteja à altura do porte da cidade? O atual “Otacílio Fonseca” mais parece um galpão de pouso; virou um caso de polícia e envergonha moradores e visitantes. Quem é obrigado a pegar um avião em Conquista tem que antes rezar muito; ser assistido por um psicólogo e um cardiologista; e torcer para que tudo dê certo. Nem é preciso dizer que o espaço e o atendimento deixam os passageiros irritados e estressados. Leia na íntegra.

A pista e os acessos do novo aeroporto estão em fase de conclusão, mas nada de iniciar a construção do terminal de passageiros, cuja licitação do Governo do Estado prevista para março passado está atrasada. Será que vamos ter mais uma obra no rol das inacabadas no Brasil? Isso pode acontecer se não houver uma mobilização da sociedade.

 Depois de mais de dez anos de lutas, as obras da pista de pouso e decolagem de 2.100 metros de comprimento por 45 de largura e 7,6 metros de acostamento de cada lado, pátio, mais as vias de acesso e as instalações do Corpo de Bombeiros, iniciadas em fevereiro de 2014, estão dentro do cronograma estabelecido para ficarem prontas em janeiro de 2016, conforme garantiu o engenheiro chefe da construtora responsável “Paviserve Cunha Guedes”, Luis Machado.

 A nova pista terá capacidade para receber até aviões de grande porte e ainda pode ser ampliada para mais mil metros se houver demanda para cargueiros. O engenheiro Luis Machado acha que a entrega dos serviços pode até mesmo acontecer antes do prazo determinado.

Aeroporto fracionado

Por falta de recursos, o empreendimento aeroviário de Conquista foi fracionado e, desde novembro de 2013, organizações da sociedade têm pedido ao Governo do Estado o lançamento da nova licitação e a garantia de liberação de uma verba de R$26 milhões para erguer o terminal e seus equipamentos necessários.

 Diante da demora nesta decisão, o “Movimento Conquista Voa Mais Alto”, liderado pelo empresário José Maria Caires, se diz preocupado que o aeroporto de Conquista, ao término dos serviços da pista orçados em R$58 milhões (80% federal e 20% contrapartida estadual), termine virando mais um equipamento abandonado.

  Na opinião de José Maria, é preciso que haja uma forte mobilização de toda sociedade conquistense para que a licitação seja logo concluída e os recursos liberados para que as obras do terminal sejam iniciadas.

   Distante cerca de 10 quilômetros da cidade, numa localidade plana do povoado “Pé de Galinha”, outra preocupação é com a construção de um viaduto na BR-116 e a duplicação da pista até o perímetro urbano para evitar congestionamentos no tráfego.

  Quanto a essas vias que fazem parte do projeto, não se tem nada de concreto, e o aeroporto poderá ficar sem essas obras essenciais como aconteceu com o Anel Viário de Conquista que depois de 15 anos continua sem os viadutos nos cruzamentos de acesso para as cidades de Barra do Choça, Anagé e Itambé, provocando constantes acidentes.

  A idealização do projeto tem muito mais que dez anos, conforme atesta o agrimensor Edmilson Santos. Foi dele, inclusive, a indicação para localização do empreendimento que abriga uma área de 600 hectares toda plana e com uma bela vista para a cidade.

  De indenização aos proprietários da terra, o governo desembolsou R$1,6 milhão, numa faixa de R$60 mil por alqueire. Num local de planalto, sem obstáculos de serras, bastante apropriado para voos de aeronaves, de acordo com peritos no assunto, os serviços de terraplenagem, drenagem, asfaltamento das pistas e o prédio do Corpo de Bombeiros estão avançados.

 

 

 

 

 


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