O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou nesta quinta-feira (11) na abertura do congresso do PT, em Salvador, e pediu que o partido e o governo Dilma não se acomodem diante da atual conjuntura do país. Ele também afirmou que o PT está “machucado”, mas “bem vivo”. “Há dez anos que os jornalistas decretam a morte do PT. O PT continua vivo e muito preparado para novos debates, novos combates. Machucado sim, mas bem vivo. Enfrentando a mais sórdida campanha de difamação que um partido político já enfrentou neste país”, afirmou Lula. “Temos a obrigação de ouvir e compreender esse recado (dos eleitores)”, acrescentou o ex-presidente, segundo a Folha Online. Ele reconheceu que o país passa por um momento com problemas como inflação e desemprego, mas pediu um voto de confiança ao governo Dilma. Leia na íntegra a publicação do Correio24Horas.
O ex-presidente voltou a dizer que a imprensa do país ataca o PT. Ele listou várias demissões que acontecem em empresas de comunicação atualmente e disse que esse é o setor que mais demite no Brasil. “Não são capazes de resolver a crise sem jogar nas costas dos trabalhadores e querem nos ensinar a governar”, acusou.
Um grupo interrompeu o discurso de Lula aos coros de “Lula de novo com a força”.
Volta da CPMF
Antes, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, reforçou que o partido deve lutar por uma reforma tributária e defendeu as bandeiras da volta da CPMF e da tributação de fortunas e de lucros.
“É necessário mudar o sistema tributário nacional, que é injusto, regressivo e concentrador. Mais de 50% dos impostos da carga nacional são impostos indiretos, que é um imposto injusto. É preciso reavivar a CPMF, que é um imposto limpo, não cumulativo e transparente”, defendeu o presidente.
Falcão falou ainda como medidas para estimular investimentos em infraestrutura e manter o nível de emprego “pelo menos mudar as alíquotas do imposto de renda, regulamentar o imposto de grandes fortunas, previsto em Constituição, estudar a possibilidade de não compatibilidade com os estados que já têm imposto sobre heranças, de instituir o imposto sobre grandes heranças, porque a transmissão da fortuna é o que perpetua a desigualdade”. Ele falou ainda de tributar as “grandes transações especulativas, os grandes lucros e dividendos”.