Jeremias Macário
Eles não querem reforma política nenhuma! No lugar nos empurram projetos melecas retrógrados. Fazem tudo contrário aos anseios do povo e aproveitam a fragilidade racional desse povo para aprovar leis que pioram as relações sociais e nos levam ao escravismo e ao retrocesso. Somos sacos de pancadas desde os tempos coloniais. Leia na íntegra.
O nosso país precisa de uma verdadeira revolução na política, na educação, na cultura e no social, vinda de baixo para cima com lideranças ideológicas organizadas que pensem no coletivo. O Congresso das mordomias, das bancadas da bala, dos evangélicos, dos ruralistas, dos empreiteiros, dos conservadores e dos conchavos não representa mais esta nação. Atolou-se em sua própria podridão lamacenta e fedorenta.
Agora mesmo estamos ferrados com as contas de luz e água nas mãos, impedidos de comprar os alimentos necessários à mesa, enquanto Dilma passeia e culpa São Pedro pela seca e a falta de chuva. No lugar da competência, seu marqueteiro lhe instruiu fazer deboches e a divulgar pacotes falsos e mentirosos de bilhões de investimentos em projetos que mal saem do papel.
O judiciário com seus 60 dias de férias, suas privilegiadas ajudas de custo até para moradias, vestimentas e bolsas escolas para seus filhos, é outra casta repressora intocável de chibata na mão contra os oprimidos. As leis têm suas amarras para absolver os ricos de seus crimes e a lentidão para sentenciar e encarcerar o pobre nas masmorras antes de ser julgado.
O sistema criminoso, injusto e predatório há anos implantado no Brasil fez disseminar o banditismo aberto no seio da sociedade, na crença de que a única maneira de se safar dessa cruel exploração dos poderes é também passar a perna no outro que está ao seu lado. Mas, não temos consciência política (sem educação, esta nos foi negada) de reconhecer que assim procedendo não nos isenta de sermos bestas, otários, idiotas e sacos de pancadas deles. Nem percebemos que vivemos todos no mourão, não importando a cor e o gênero.
A Constituição é cotidianamente violentada e estuprada, mesmo assim os discursos escritos em papéis de enrolar sabão nas quitandas ainda encantam multidões incultas que se agarram com unhas e dentes à fé e à esperança de que dias melhores virão, conforme prega a igreja. Para ela, são ainda as únicas tábuas de salvação da alma. Fazem-nos sofrer aqui no inferno com a promessa de lá adiante nos darmos um lugar ou um cantinho no purgatório.
Dizem por aí que o sistema é bruto, mas não, é satânico incorporado pelos facínoras da ganância. O calote é a moeda de maior circulação nesta nossa terra de Vera Cruz e não se pode confiar em ninguém. Vivemos uma promiscuidade entre o público e privado, o laico e o religioso, onde a barbárie fez sua morada.
Infelizmente, somos uma nação que pouco pensa e reflete e não se dá ao respeito de se indignar. Aceitamos os absurdos por comodismo ou porque já nascemos mesmo nesse solo com defeito de fábrica. Temos milhões de contas a cobrar dos nossos governantes que sempre chegam de surpresa em nossos botecos, farreiam; fazem orgias e depois penduram os gastos bilionários.
Onde está o dinheiro da revitalização e da transposição do Rio São Francisco, cujo leito está minguando e cujas obras estão rachadas? O Lago do Sobradinho, com uma vazão limite de mil metros cúbicos por segundo, está com apenas 21% da sua capacidade.
Em estado de calamidade, os nordestinos estão sem água, mas a culpa da seca é de São Pedro que manda a chuva. Estão também secando as barragens de Três Marias, Xingu, Itaparica e as quatro usinas de Paulo Afonso. Só sobem de nível as contas de energia. Mais um fiado do governo que tem 39 ministérios.
No Brasil do marechal Deodoro da Fonseca eram oito ministérios, no da nova República nove, no de Getúlio Vargas dez, no de Juscelino Kubitscheck onze e no do general João Figueiredo 16. Tancredo Neves ampliou para 23, o Sarney marimbondo subiu para 31, Fernando Henrique Cardoso foi para 34, Lula para 38 e Dilma colocou mais um para fechar seu arco de alianças corruptas. Penduraram em nosso boteco 400 bilhões de reais para manter o inchaço do setor público. Os Estados Unidos só têm 15 ministérios e o Reino Unido 18.
A Copa Mundial de Futebol foi linda e maravilhosa! Os turistas ficaram encantados com a hospitalidade e o jeito alegre do brasileiro. Não sabem eles da montanha de contas que ficaram penduradas para nós pagarmos, sem contar os fantasmas dos elefantes brancos que nos atormentam, como os estádios de Manaus (500 mil reais por mês) e Cuiabá (um milhão por mês), isto sem considerar as obras de infraestrutura nas capitais que viraram entulhos em nosso tortuoso caminho.
A marinha brasileira faz festa nos 150 anos da Batalha Naval de Riachuelo. Mais uma história contada pelo vencedor! Ao invés de se vangloriar, deveria se envergonhar do massacre perpetrado contra crianças, idosos e inocentes paraguaios que construíam, naquela época, uma nação independente, livre e desenvolvida na América do Sul.
Deveria também a marinha se redimir das ações opressoras dos seus oficiais contra seus próprios soldados, especialmente os negros aos quais prometeram falsa liberdade depois da guerra. Somos, ou não, sacos de pancadas? De tão dormente, nosso corpo nem sente mais dor