A Seleção é a cara do Dunga

Foto: Blog do Anderson
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Jeremias Macário

Existe coisa mais parecida que a seleção brasileira de futebol e o ex-jogador Dunga, agora técnico do time pela segunda vez? Os dois são marrentos, truncados, confusos e medianos. Num grupo de 23 que só tem um craque, falta inteligência, técnica e estratégia. Em termos de jogo feio, horrível de se ver, o último de quarta-feira (dia 17/06) contra a Colômbia na Copa América conseguiu bater todos os recordes, e não foi um “chocolate” porque o adversário não é lá um Barcelona nem um Real Madrid. É também um time fraco. Leia na íntegra.

  As piores partidas de futebol da seleção foram justamente sob o comando do Dunga, desde o período da sua primeira passagem pela lamacenta CBF na Copa do Mundo em 2010. Alguém aí se lembra de um lateral chamado Filipe que quase quebrou a perna de um adversário na África do Sul? Os dois se parecem. E as vaias contra Dunga no jogo contra a Bolívia, aqui dentro, na fase de classificação?

    Não basta apenas ter garra e disposição. Ele enxerga nos outros a sua característica e convoca jogadores desconhecidos que nem os entendidos na área nunca ouviram falar. Com Filipão era o Huck, agora é um Firmino que apareceu não sei de que lugar! Seja em qualquer modalidade esportiva, não basta só força, bravura e correr feito maluco para suar a camisa.

  Basta de futebol batido, truculento, quebrado e empurrado como da era Dunga! A seleção de 1994 que venceu a final nos pênaltis contra a Itália, foi uma das mais feias de todas. Queremos desenvoltura, coordenação, inteligência e, acima de tudo, um jogo bonito de se ver, ganhando ou perdendo. Depois do sete da Alemanha e o três da Holanda com Filipão, a Confederação torna chamar Dunga. Dá para entender?

 O mal do nosso futebol não está somente na CBF desacreditada, mas é o conjunto, inclusive a mídia esportiva, comandada pela Rede Globo, que fica “enchendo a bola” de Dunga dizendo para o torcedor que a seleção mudou para melhor; que é outra diferente, só porque ganhou uns amistosos. Como já dizia Garrinha: treino é treino, jogo é jogo. Nosso futebol, cheio de vícios e cartolagens, está caindo pelas tabelas.

  Se o Brasil for campeão dessa competição, passa-se a borracha e vão continuar empurrando o Dunga até a Copa de 2018 para, então, tomar outra saraivada vergonhosa de gols. Aí é só chamar novamente o velho Filipão. Não sei dizer qual dos dois é o pior. O jogo é feio, meu amigo! Até gol aberto sem goleiro se perde!

  No Brasil, em qualquer setor, tudo é na base do improviso e do imediatismo. Não existe visão para o futuro. Está aí a nossa lamentável educação que não mente, sem falar na saúde e na infraestrutura. O mesmo acontece no futebol. O negócio é ganhar a Copa América, e não construir e preparar jovens craques para enfrentar seleções de níveis superiores.

   Queria só saber se Robinho, Daniel e outros mais vão ter condições físicas e idade para participarem da próxima Copa na Rússia? Então, pra quê convoca-los? Não tem sentido e lógica. Não existe nenhum planejamento sério e consciente como a Alemanha que veio de lá pronta para ser campeã. Êta seleção que parece com a cara do Dunga!


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