Personalidade: Zé, um homem simples como o seu nome

Foto: Divulgação | Secom/PMVC
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Há alguns anos, o auxiliar administrativo José Carlos de Jesus Costa se submeteu a uma cirurgia. O procedimento, felizmente, foi bem-sucedido, sem maiores preocupações. Mas o paciente não quis saber de muito descanso e fez questão de voltar trabalhar normalmente em seu serviço na Prefeitura, nos dias posteriores ao repouso que o médico lhe recomendou. Ele também se orgulha de dizer que, em seu histórico profissional, são raros os registros de ausências em dias de trabalho. “Nunca recebi uma falta, nem levei reclamação nenhuma. Quando a pessoa tem compromisso com o emprego, tem que ter responsabilidade”, explica José, como prefere ser chamado. Ou, mais simplesmente, Zé (e ai de quem tratá-lo por “seu” Zé.). Por coisas desse tipo é que se se criou, entre os colegas de trabalho, a fama de Zé como um servidor dedicado. Na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, onde bate ponto há 29 anos, nunca trabalhou em outra, todos o conhecem. “Ele só tem qualidades. Nunca está de cara feia e está sempre disposto a ajudar. É querido por todo mundo”, conta a supervisora Gislaine Oliveira. Leia na íntegra.

‘Olha o café!’ – Não são poucas as responsabilidades de Zé, pois ele se encarrega dos serviços gerais no setor de atendimento ao público, aonde vão todas as pessoas que estão à procura de informações sobre programas sociais, a exemplo do Bolsa Família. Quem já passou por lá, sabe que são raros os momentos em que o local fica vazio. Mas Zé já se habituou à movimentação constante do ambiente. E seus colegas, tanto os do turno matutino quanto os do vespertino, também já estão acostumados ao seu senso de humor peculiar e à sua voz possante: “Olha o café!”, ele anuncia, enquanto percorre o corredor, distribuindo as garrafas térmicas. “Aqui é ótimo. Tenho amizade com todo mundo e gosto do que faço”, assegura o servidor.

Feijão com carne – No entanto, engana-se quem acha que suas habilidades culinárias se resumem a preparar um cafezinho. Em sua casa, no Vila América, onde mora com a esposa, é ele quem mais frequenta a cozinha. “Só não sei fazer comida grã-fina. Meu negócio é feijão com carne dentro”, informa. A culinária, por sinal, é um dos poucos hobbies que ele cultiva quando não está no trabalho. Distrações externas não são o seu forte. “Gosto de ficar em casa, sossegado…”, reconhece Zé. Esses hábitos caseiros talvez se devam ao apreço que ele tem pela própria residência. Ele a construiu há pouco mais de dez anos, após cadastrar-se num programa de habitação popular que a Prefeitura já mantinha bem antes que o Governo Federal criasse o Minha Casa Minha Vida.

‘Coisa boa’ – As quase três décadas de serviços prestados ao município não foram a única ocupação em que Zé se envolveu. Nos anos 80 e 90, ele trabalhou numa empresa de sonorização que prestava serviços para uma série de artistas, muitos deles de fama nacional e até internacional. Ele e a equipe montavam e ligavam os equipamentos, deixando-os no ponto para que os cantores se apresentassem. E não eram quaisquer artistas. Era gente do porte de Gilberto Gil, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Moraes Moreira, Ivete Sangalo, e até bandas como o Chiclete com Banana. “Coisa boa a gente não esquece”, confidencia Zé, visivelmente orgulhoso.

Relaxar em Ilha Bela – A conquista da casa própria foi mais um dos motivos que o levaram a se autodeclarar um conquistense, embora tenha nascido em Salvador, há 51 anos. Após chegar à cidade, com 9 anos de idade, Zé morou muitos anos no Jurema, de onde saiu para fixar moradia no Vila América. Ele está em seu segundo casamento e tem três filhos adultos. A proximidade da aposentadoria parece não lhe despertar muitas expectativas, já que ele espera continuar a trabalhar, mesmo aposentado. No entanto, o servidor não nega que, quando esse momento chegar, espera ter mais tempo disponível para poder viajar e relaxar com sua esposa em Ilhabela, arquipélago situado no litoral norte de São Paulo.


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