Jorge Maia
A primeira semana do mês de junho eu estive na Beócia. Foi um período de muitas audiências, lá os processos não andam. Eu fui participar de uma audiência de um processo datado de 1994, sem contar as esquisitices dos diversos despachos constantes nos autos, mas isso é normal nos Fóruns da Beócia. Leia na íntegra.
Aproveitei a oportunidade para reencontrar amigos e falar sobre a situação daquele País. Fiquei preocupado com a imagem descrita pelos Beócios. O pessimismo é geral e todos só falam na Grécia, com medo da crise chegar à Beócia. Alguns dizem: pobre Grécia só tem passado e azeite de oliva, nós ainda temos banana. O povo está triste, mas nada impede que façam as suas festas monumentais.
A conversa mais atual é que talvez mudem a moeda. É sempre assim, países instáveis mudam a moeda, não mudam os políticos. A libra esterlina está firme, o dólar nunca mudou e tantas outras moedas continuam existindo. País estável é outra coisa. Nada de cortar zeros, como se isso fosse uma solução para a economia e para o bem estar do povo. Esse tipo de país sempre existirá; são os países que falam de um futuro que não chega, é o caso da Beócia.
A moeda da Beócio, a pazuza, está em péssima cotação, não consegue enfrentar o dólar, perdeu todos os rounds e certamente poderá ir a nocaute. O simples anúncio da alta da moeda estrangeira congela a alma daquele povo, embora esteja acostumado com a inflação e com a troca da moeda. Foram tantas as moedas criadas ali que alguém ao contar um caso que envolve dinheiro fala: eu nem me lembro qual era a moeda da época. Os Ingleses e os norte americanos não podem dizer isso.
Há nova moeda em gestação. Será uma novidade, como sempre gostam os beócios. Adoram novidades, de tal forma, que nem preservam o passado. Dizem que o nome do novo dinheiro será bem ao gosto da população, algo que seja comunicativo e de fácil assimilação, mas valente, capaz de romper dificuldades e realizar grandes negócios.
O nome mais provável é ” pixuleco” um nome popular bem ao gosto do povo e certamente considerando que é um povo sensível e infantilizado, que gosta muito do diminutivo, logo surgirão apelidos carinhosos. Imagino um beócio falando vou para o shopping gastar uns ” pixulequinhos”. Outros, mais carinhosos, podem dizer na padaria da esquina: quero dois ” pixa” de pão. Que gente adorável. 120715
Uma Resposta para “Por uma nova moeda”
Rita Dória
Caro Dr.Jorge Maia,
Não é só na Beócia que os processos não andam, na vara de família de Vitória da Conquista eles estão mumificados! O meu está estagnado desde 2013. Haja paciência!