Um dos últimos casarões que conserva a arquitetura civil urbana do final do século 19, na Praça Rodrigo Alves Teixeira, Centro Histórico de Jussiape, está prestes a ser demolido. O casario deverá dar lugar a mais um mercado. O prédio datado da segunda metade do século 19, caracterizado por 6 janelas e uma porta, ligeiramente deslocada do centro e, atualmente, contemplado por apenas 4 janelas e uma porta, após reforma sofrida na primeira década do século 21, estava vazio desde a sua venda. Sua fachada original possuía cobertura em duas águas, emoldurada por cunhais e cornija, vazada por vãos com cercadura de madeira e vergas abauladas. O mais antigo proprietário que se tem notícia se chamava Cassiano Leite e teria vendido o imóvel a José Assunção. Na década de 1940, Júlia Luz Bonfim adquiriu o casarão de Assunção e o prédio passou a abrigar o Hotel Bonfim. Leia na íntegra a reportagem do Jussi Up Press.
De acordo com o Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia (IPAC-BA), apesar de não possuir nenhuma proteção de um órgão do governo ou reconhecimento como patrimônio histórico pelo município, a casa se revela de relevante interesse arquitetônico. Outros sete casarões ainda resistem na Rodrigo Alves Teixeira, como o intocável prédio da capela Matriz Nossa Senhora da Saúde, datado do mesmo período; o antigo Mercado Municipal, ponto de tropeiros no início do século passado, e que atualmente abriga o Museu Senhor Onildo Luz Silva; a Câmara de Vereadores, além de algumas residências e outros prédios que conservaram, em bom estado, as suas fachadas. Segundo o turismólogo e editor da Jussi Up Press William Assunção, descendente de um dos proprietários do imóvel no passado, não há necessidade de um estudo aprofundado para revelar que o prédio em questão tenha valor histórico, haja vista que ele integra o conjunto arquitetônico da praça e traz, como legado, a história do município. O prédio retrata a arquitetura civil urbana das últimas décadas do século 19, quando o comércio de gado no município começava a despontar como maior atividade econômica da região e uma das principais do estado. A presença de operários e máquinas no local ilustra perfeitamente uma mudança no cenário que traz já defasada a arquitetura civil do fim do século 19 e início do século 20 no centro de Jussiape. A demolição de alguns casarios antigos, que vem aumentando há mais de 10 anos, dá espaço a novos empreendimentos no Centro Histórico. “É provável que em pouco tempo só irá sobrar vestígios do que restou do legado histórico-cultural da praça”, alerta Assunção. Informações do Jussi Up Press.