Paulo Pires
Para Josete e Guilherme Menezes
Na cidade fria de mil metros de altura
Depois da névoa-poesia vem o azul e com ele o seu timbre matinal
Gente passa – do Terminal à Praça Barão Rio Branco
Alameda Ramiro Santos, cadê Bebé, cadê Carcará?
Olha o chip, olha o chip, aqui tem desse que é melhor
Guarda chuva e raquete “prá queimar as muriçoca”… Leia na íntegra.
Vixe Maria, será que já abriram os bancos?
Yakissoba no chinês ou pastel no Saruê
O Baleiro: Centro de Cultura? Sacramentinas?
Polícia e blitz no quebra molas da Barra
Caminhões de jaca e abacaxi no Ceasa
Olha a Van para o Capinal, olha a Van para Anagé
O carro do bujão de gás acabou de passar
Sentimentos abraçados pela Serra do Peri Peri
Ih, agora está melhor sem o cheiro do Pinicão
Escolas de Música, festivais e canções.
Quem morreu hoje?
Só passando no velório do São Vicente
O calor está demais e sobe pela Zeferino Correia
Em direção a casa de Jeremias Gusmão
Mais acima corre um vento que passa pela lateral da Catedral
E rompe pela antiga venda de Tunin
Vai, vai subindo, em direção à Rua da Corrente
Essa outrora dava passagem para Jequié
E lá na Frei Benjamim, muito trânsito, muito carro, bicicleta,
Na Patagônia também é gente, muita gente comprando, vendendo
Ninguém sabe de onde vem todo esse Povo aligeirado
E compra feijão, milho, arroz, tapioca e jerimum
Bebe caldo de cana, abre melancia, está verde o abacate
Cada rua ou logradouro tem pedaço de alguém
Cadê seu Bem Padre do Alto Maron?
E Zé Garanto do Bairro Jurema?
Vivaldo Mendes, Deraldo Mendes, Hercílio Lima
Estão faltando Ricardo Ferraz, Pedro e Ana Gerúzia de dona Pombinha
E outros e outros e além mais
Hoje o céu está azul e a cidade brilha mais no arrebol
São 175 anos quase todos monumentais,
Por aqui passaram muitos que agora não passam mais
Artistas, biribandos, saltimbancos, intelectuais
Glauber Rocha, Elomar e alguns outros que nos fizeram
Referência nas Cem Mais
Erathóstenes, Camilo, Laudionor velhos poetas, jograis
Todos eles cantando em versos, ribombas do trovador
Cadê as boas tertúlias que a gente não ouve mais?
Meninos eu vi um pouco e isso já me apraz
Podemos cantar do bardo os Guerreiros Mongoiós
A cidade está mais viva, cada dia viva e forte
É a porta do Nordeste como é forte o vento norte
Vai crescendo, vai subindo, como um vento no transporte
Se encontrando com outros ventos prá fazer a sua sorte.
Paulo Pires, VC 09-11-2015
Uma Resposta para “Conquista 175 Anos: para Josete e Guilherme Menezes”
Valdemir Pereira dos Santos
Muito emocionante e …”vou a feira comprar uma roupa, não posso demorar se não perco o onibus na rua do gancho…..”