Operação Lammer: dois dos sete presos são bacharéis em direito; delegado explica o caso

Fotos: BLOG DO ANDERSON
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Dois dos sete presos na Bahia durante a Operação Lammer, deflagrada na manhã desta quarta-feira (02) pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal (MPF-BA), são bacharéis em Direito. Segundo informações do delegado Marcelo Siqueira, chefe da Delegacia da PF em Vitória da Conquista, a dupla tinha participação ativa no grupo, arregimentando novas pessoas para participar do golpe. Além deles, também foram presos programadores de internet, responsáveis por espalhar vírus em computadores das vítimas. Outros dois integrantes do esquema foram presos em São Paulo durante a operação.

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Especializada em roubar dados bancários através da internet, a quadrilha, que já atuava há pelo menos cinco anos, utilizava o dinheiro oriundo das fraudes para efetuar pagamentos de boletos bancários, taxas de licenciamento de veículos, contas de água, luz, telefone e TV a cabo. Os nomes dos integrantes do esquema não foram divulgados pela PF. “Eles enviavam o vírus que conhecemos como ‘Cavalo de Tróia’ para o computador de pessoas em vários estados. Através do vírus eles conseguiam obter dados bancários das vítimas e faziam as transações dessas contas bancárias para as contas de terceiros. O papel dos bacharéis era arregimentar pessoas para quem eles faziam pagamentos de boletos com o dinheiro oriundo da fraude a preços menores”, explicou o delegado, que não soube estipular o valor movimentado pela quadrilha.

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“Sabemos que a fraude deve estar na ordem dos milhões. Em apenas uma transação que tivemos acesso eles roubaram R$ 200 mil”, completou. Ainda de acordo com o delegado, também foram apreendidos três quilos de maconha prontos para consumo, além de pés de maconha em estufa, na casa de dois integrantes da quadrilha. Eles também responderão por tráfico de drogas. “A droga foi encontrada em uma das casas alvo da operação. Os integrantes da quadrilha são jovens, de classe média, que também utilizavam o dinheiro da fraude em bares e restaurantes. Maior parte do dinheiro oriundo dos roubos vinha para os integrantes da quadrilha de Vitória da Conquista”, disse o delegado. Ainda de acordo com a polícia, os integrantes do esquema também possuíam terrenos e apartamentos adquiridos com o dinheiro desviado. Todos os presos na Bahia foram encaminhados para o presídio de Vitória da Conquista. Já os presos em São Paulo foram encaminhados para o sistema prisional do estado.

Eles cumprirão prisão preventiva e permanecerão nas unidades prisionais aguardando decisão judicial. Até o momento, os acusados responderão pelos crimes de estelionato qualificado e constituição e integração de organização criminosa. Somados, os crimes podem chegar até 14 anos de prisão. Além das prisões, também foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, quando foram apreendidos computadores, documentos, além de veículos pertencentes a integrantes do grupo e material eletrônico, e 12 de condução coercitiva. De acordo com Roberto Vieira, procurador da república, a quadrilha já está sendo investigada há pelo menos três anos. “Já estávamos tentando chegar ao grupo, mas é uma operação delicada, porque envolve entidades bancárias. A partir de agora, o próximo passo é denunciar os integrantes da quadrilha à Justiça. Também iremos apurar se há outros envolvidos no esquema”, explicou. Informações do Correio.


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