Logo ao entrar em minha loja, às 07:30, da manhã desta quarta, 30-12-15, depois de celebrarmos dias atrás, o nascimento de Jesus no Natal, pediu licença, e com a cabeça baixa, pediu umas moedinhas para fazer um lanche. Fiz mais do que isso, quis conhecer sua história, conversar. Depois de algum tempinho, e já com os meus olhos marejados, perguntei o por quê, de ele não ter voltado para casa depois de tanto tempo. Ele me respondeu: “Tenho vergonha de voltar com as mãos abanando. De voltar pior do que quando saí”. Nunca mais deu notícias aos seus familiares do seu paradeiro. Depois de algum tempo conversando, e já com confiança em conversar comigo, ele colocou a mão no bolso e perguntou se eu queria comprar um dos dois relógios que estavam com ele. Um dos relógios, estava sem pulseira e sem bateria. O outro estava sem bateria e pior do que o que estava sem pulseira. Ele me disse: “compre de mim um destes relógios. Não estão funcionando, mas eu preciso do dinheiro para seguir viagem”. Eu disse para ele: vou te dar um que está funcionando. Peguei um relógio do meu filho que estava em cima da minha mesa, modelo “Cássio” e dei para ele. Ele todo emocionado, imediatamente, o colocou no braço, e disse: “Este eu não vou vender nunca. Vou guardar de coração. Só vendo, em caso de extrema necessidade”. Eu respondi. “Não senhor Rodrigo. O senhor pode vendê-lo quando quiser. É seu.” Eu já sabia e sei, que a qualquer momento, quando a fome apertar, ele vai vendê-lo. Ao entrar em minha loja, o “Seu Rodrigo”, entrou também no meu coração. E me ensinou que nesta vida, somos todos “mendigos”, “moradores de rua”, quando viramos às costas para tantos irmãos que como ele, nos pedem algo, e o que mais ouvem, são um “não”. É minha gente! De que vale ter tudo na vida, e não ter nada no coração. A vida é muito curta. O que a gente leva desta vida, é a vida que a gente leva. Pensemos nisto! E como dizia Madre Tereza de Calcutá. “Mãos que ajudam, valem muito mais do que lábios que oram”. Quer saber o destino do “seu Rodrigo”? Rio de Janeiro. Vá em paz senhor Rodrigo. Que Deus lhe acompanhe!
Brasil: conquistense vive nas ruas há 28 anos
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Este é o senhor Rodrigo. Tem 61 anos. Saiu de casa em Vitória da Conquista, Bahia, com 33 anos, a idade de Cristo, com o sonho de dar uma vida melhor para a família. Resultado: 28 anos morando nas ruas e sentindo na pele já cansada, a dor da humilhação de ter que pedir às pessoas dinheiro para matar a fome. Ao conversar com ele, pude sentir como somos ingratos ao reclamar de situações adversas que as vezes acontecem conosco. Confira na íntegra a ação de Eloísio Andrade e o próximo destino do conquistense.
2 Respostas para “Brasil: conquistense vive nas ruas há 28 anos”
ISRAEL PEREIRA ANDRADE
Estou de acordo em que é muito importante ajudar quem precisa e busca sinceramente a solução para os problemas.Discordo,no tocante a afirmação;”Mãos que ajudam,valem muito mais que lábios que oram”.A solidariedade pode ser demonstrada de ambas as formas:oração e colaboração material.
Andréa
Parabéns irmão,se todos nós fizessemos por” uma” pessoa que estivesse precisando,o mundo estaria bem melhor.
Que todos nós nesse ano de 2016,se coloque no lugar do proximo,e ajudemos mais.
Essa atitude é uma liçaõ pra todos nós que estamos de braços cruzados.Valeu!