Jorge Maia: Notícias de Maria Joaquina

Foto: BLOG DO ANDERSON
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Jorge Maia | Advogado | [email protected]

Querido Jorge Maia, a nossa amizade permite que eu o trate assim, tive necessidade de escrever-lhe. Há muito não trocamos ideias, veja que escrevi ideias sem o acento, estou por dentro da nova ortografia do Português, mas veja que não aprendi tudo ainda, mas a minha vida continua a mesma. Leia na íntegra a primeira crônica de Jorge Maia neste ano.

Desde que Bell saiu do  Chiclete com Banana que eu não me recuperei. O mundo não é mais o mesmo. Imagino que aí no Brasil nem todos conseguiram se recuperar do trauma. Parece que vocês estão sofrendo uma grave crise de separações. Além de Bell, tivemos a separação de Joelma e Chimbinha, isso causou um colapso nervoso. Mas é preciso considerar que Calypso significa enganação e o resultado não poderia ser outro, durou quanto pôde.

Aqui na Beócia vivemos um tempo semelhante. As separações se dão de forma tão corriqueira que, poucas coisas permanecem unidas por algum tempo. A nossa sanidade ainda não se acostumou com a velocidade da roda viva que desconcerta o nosso cotidiano.

Às vezes me sinto cansada para seguir adiante, sempre pioro quando ouço a expressão: então, diga que valeu! Não tenho a gana de Maria Periguete, sempre a perseguir os seus objetivos ao ponto de matricular-se em curós de Norueguês para em ir busca do seu Romeu. Às vezes penso que é apenas mais uma sonhadora.

As separações são tamanhas que fariam corar Montesquieu. Aqui os poderes não estão agindo com autonomia, mas com independência. Cada um se acha melhor do que o outro.

O Legislativo, de olhar estupefacto e vidrado fala ao povo como se nada estivesse acontecendo, ou como se o povo não compreendesse nada; o Executivo nos causa perplexidade, pois às vezes nada compreendemos dos seus pronunciamentos, temos a impressão que se trata de uma linguagem cifrada destinada aos iniciados. O Judiciário está ótimo na televisão.

É um tempo de separações, sobretudo de afastamentos. Aqui nos afastamos da sanidade, da moralidade, da boa administração e da possibilidade de pensar no Estado como expressão maior em favor do bem comum.

Com estes tristes lamentos, despeço-me com um abraço, desde as doces terras da Beócia. 030115.

 


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