Os 40 anos dedicados à obstetrícia deram ao médico Eliezer Andrade Barreto, 70, a sabedoria de entender o seu tempo e a experiência pessoal, que ele carinhosamente chama de “janela”. “Não adianta ter estudado em universidades europeias, o que interessa é a sua janela. A personalidade, o jeito de ser, de atender, só a sua janela vai te ensinar”, reforçou Eliezer. Há 10 anos, ele faz parte da equipe de obstetrícia do Hospital Municipal Esaú Matos. Leia mais sobre a história de Eliezer Barreto.
Filho de uma família simples, de 16 irmãos, Eliezer nasceu em Lafaiete Coutinho, mas foi criado em Maracás. Ele cursou medicina na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e veio morar em Vitória da Conquista, em 1974. Aqui, casou-se com sua colega de profissão, Sandra (filha de Esaú Matos), com quem teve dois filhos, Daniel e David, que também seguiram a carreira médica.
Eliezer lembra que a obstetrícia requer muita atenção do profissional e citou o obstetra Fernando Magalhães, falecido em 1944, que afirmava que “o bom obstetra tinha de saber esperar para agir, ter boa cultura, saber observar e ser disciplinado”.
Quando não está no Esaú ou no Hospital São Geraldo, o obstetra se ocupa de suas “manias”. “Sou um faz tudo. Lá em casa, pequenos consertos são comigo”, conta Eliezer, que também é fascinado por mexer com a terra. É em sua fazenda, que ele passa as melhores horas de seu tempo livre: “gosto da natureza, tenho uma ligação muito forte com a terra”.
Eliezer está se despedindo do Esaú Matos e da obstetrícia. Ele vai se aposentar, com o sentimento de dever cumprido e feliz por todas as experiências vividas, como a de ter trabalhado no Esaú. “Sempre quis trabalhar no Esaú. O convite foi feito pela diretora técnica do hospital, Carla Cristiane, e eu aceitei. Gosto demais da equipe que até me chama de professor”, disse Eliezer.