Jorge Maia: O mundo é multi e não duo

Foto: BLOG DO ANDERSON
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Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

O mundo é multi e não duo. A divisão da vida, da sociedade ou de qualquer outro segmento ou valores em apenas na dualidade é uma redução da vida, uma declaração de pobreza cultural inaceitável para os novos tempos, em que a presença da multiplicidade de verdades sociais se apresenta de forma a acomodar as realizações pessoais ou coletivas, pacificando o direito da autonomia comportamental, ou da liberdade que o nosso tempo exige a consolidação. A dualidade não pode deixar de existir, o maniqueísmo desarmônico, sim. A dualidade persistirá de forma agradável quando limitada a certos aspectos práticos, ou até apaixonantes, dependendo da matéria. Pode transformar o cotidiano em algo mais ameno nas disputas por gostos pessoais, preferências esportivas e diversidades culturais. Leia na íntegra.

No dia a dia, temos o flaflu, o bavi, Madona/ Lady Gaga, Breaking bad/ Família Soprano, Cuba/ Estados Unidos, Shakespeare/ Dostoievski. Poderíamos fazer uma relação enorme de quantas dualidades possam existir. Quem sabe seria uma relação infinita!

Uma coisa é certa, todos nós temos a nossa dualidade preferida em que optamos por aquela unicidade, para nós perfeita e sem comparativos. Natural. Isso apenas reforça o nosso desejo de liberdade individual e de garantir espaço no grupo com quem nos identificamos em nossas preferências. Com isso não estamos afirmando que a outra parte da dualidade seja ruim, mas apenas anunciando a nossa preferência.

Há uma dualidade que deixei por último, pois é o tema que me levou a escrever o texto, é aquela em que embora não seja motivo para grandes debates, existe latente e de modo civilizado entre nós: Beatles e Rolings Stones. Há uma clara divisão, geralmente quem adota um dos grupos não valoriza o outro.
Nosso grupo familiar sempre e claramente preferiu os Beatles. Dos Roling Stones eu só conheço a mais antiga: Satisfaction, taran, ran, ran, ran, ran, nada mais.
Acontece que Gustavo, quatro meses de idade, passou a colocar a língua de fora, naquela fase de primeiros passos para conhecer o corpo. Comecei a achar engraçado. Depois, obsevando que os Rolign Stones passaram pelo Brasil, em seguida por Cuba, aparecendo muito na mídia, será que influenciaram o menino? Fiquei preocupado, espero que ao crescer ele tome juízo e diga que ama os Beatles, mas que gosta um pouco dos Roling Stones. 100416


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