Jorge Maia: Análise do discurso na Beócia

Foto: BLOG DO ANDERSON
Foto: BLOG DO ANDERSON

Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

Ler, escrever e interpretar são tarefas difíceis, dependem é claro, dos problemas de aprendizagem, mas também de ensinagem, de modo que não é fácil julgar os resultados sem conhecer com maior profundidade as questões que devem ser levantadas sobre o assunto. As operações cognitivas exigem um mínimo de sinapses, o que pode ser considerado pelo grau de interesse do estudante, o que ajuda muito. Leia na íntegra.

A escola perdeu a graça. Na sociedade do espetáculo a imagem transformou em nova linguagem e que, às vezes esvaziada de conteúdo, não permite que a linguagem se desenvolva de modo mais rico, porquanto tudo já vem mastigado e não é preciso pensar para entender, basta ver. Com isso perde-se o poder da imaginação e a capacidade de interpretação.

Outro dia na Beócia, um cidadão ao ser interrogado pelo juiz da Vara Criminal, diante de um juiz assustado com o fato do réu haver cometido um homicídio porque fora chamado de astronauta. O juiz pediu para que ele explicasse melhor aquele absurdo, ao que o réu respondeu: Meritíssimo, me senti profundamente ofendido por ser chamado de astronauta, é que sei muito bem fazer uma análise do discurso e sei interpretar o conteúdo das falas e dos fatos. O juiz pediu mais uma vez que explicasse melhor.

Pois bem, disse ele: Excelência, o astronauta estuda astronomia, quem mia é gato. Gato bebe leite, que vem da vaca, que é a mulher do boi, que por sua vez é chifrudo. Então como não se sentir ofendido? Matei em legítima defesa da honra. O Juiz, incrédulo, aplicou a pena na forma da lei, com as atenuantes e agravantes que o caso requeria.

A leitura que se faz da vida, dos fatos sociais e políticos chegam a significar verdadeiros absurdos. Outro dia, em votação no legislativo da Beócia, ouviu-se em declarações de voto o inicio de um discurso que era totalmente a favor de quem estava sendo julgado politicamente, contudo o voto foi contra aquela pessoa.

Os jornais da Beócia, todos eles, comentaram o fato. Na Beócia as pessoas pouco se destinam a ler e a desenvolver espírito crítico, por essa razão emitem juízos absurdos, incompreensíveis para a inteligência mais apurada. De tudo isso tiramos a lição de que algo precisa ser feito para que a escola volte a ser algo atraente, que possa permitir aos alunos tomem conhecimento do imenso universo que é a vida, maior do que qualquer mensagem de Whatsapp. 080516

 


Os comentários estão fechados.