A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte da jovem da Silva Jéssica Nascimento, 22 anos, que perdeu o bebê de quatro meses após ser espancada e morreu no Hospital Geral de Vitória da Conquista. A informação foi confirmada ao G1 pelo delegado responsável pelo caso, Luis Gustavo Tortorelli. O inquérito será remetido à Justiça ainda nesta quarta-feira (25). Jéssica foi espancada há um mês, no dia 25 de abril, e morreu no dia 10 de maio, após ficar internada em hospital em coma induzido. O estudante Américo Francisco Vinhas Neto, 24 anos, namorado da vítima, foi indiciado pelos crimes de lesão corporal seguida de morte e dano qualificado. O primeiro com pena de até 12 anos e o segundo com pena de até 3 anos. De acordo com o delegado, a polícia não tem informações sobre a localização de Américo Vinhas Neto e ele ainda é considerado foragido. “O advogado dele disse que, por enquanto, ele não vai se apresentar”, afirmou Luis Gustavo Tortorelli. O G1 tentou contato com o advogado de Américo, mas não conseguiu resposta até a publicação. Américo chegou a ser preso em flagrante no dia da agressão, mas foi solto mediante pagamento de fiança de cerca de R$ 5 mil. Leia na íntegra>>>>>
Pedido de prisão
Américo teve o mandado de prisão expedido pela juíza Juliane Nogueira Santana Rios, da Vara de Violência Contra a Mulher, no dia 6 de maio. O pedido de prisão tinha sido feito dois dias antes pelo delegado Tortorelli. Policiais civis chegaram a ir na casa onde o rapaz mora, mas ele não foi localizado.
O advogado do estudante, Gutemberg Macedo, declarou que não via legalidade no pedido de prisão do cliente e que iria entrar com o pedido de habeas corpus. Ele afirmou ainda que o rapaz só se entregaria à polícia após o Tribunal de Justiça da Bahia emitir uma decisão sobre a legalidade do pedido de prisão preventiva.
Por meio da assessoria de comunicação, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) informou na última quarta-feira (18) que não consta no sistema do órgão o pedido de habeas corpus da defesa do acusado.
Caso
Jéssica foi agredida em uma festa realizada na casa em que morava com um amigo, na cidade de Vitória da Conquista. Além dela e do suspeito da agressão, cinco pessoas estavam no local. Segundo a polícia, Américo Francisco inicialmente negou ter agredido a jovem. Em um segundo depoimento, no dia 3 de maio, ele disse não lembrar do que aconteceu no dia do crime.
O delegado Gustavo Tortorelli informou que o suspeito nega que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima e relatou ter feito uso de drogas e bebida alcoólica no dia da agressão, além de afirmar que não sabia que a jovem estava grávida. Um exame deve apontar se Américo fez uso de drogas no dia do ocorrido. O rapaz teve material genético colhido para que seja feito exame de DNA com amostras retiradas do feto. O prazo para o resultado do exame não foi informado.
Segundo o delegado, as investigações apontam que Jéssica e Américo se conheciam há pouco tempo. Testemunhas que estavam na casa da jovem no dia da agressão confirmaram que ela e Américo se conheciam há pouco tempo.
A versão dos familiares de Jéssica é diferente. Eles apontam o suspeito como namorado de Jéssica. Os familiares da jovem disseram também que não sabiam que a jovem estava grávida quando foi agredida.