Jeremias Macário: ônibus escolar de Itambé em desvio

Foto: BLOG DO ANDERSON
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Jeremias Macário | Jornalista | [email protected]

Com a maior naturalidade, como se nada tivesse acontecido de irregularidade, o prefeito de Itambé tenta “justificar” o acidente com o ônibus escolar no domingo (dia 5/06) que transportava um grupo evangélico quando duas pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas.  Como se não houvesse nenhum desvio de finalidade, contrariando a lei federal do Ministério da Educação, o executivo municipal ainda confirmou ser praxe se fazer isso em final de semana e feriados quando o veículo estava “ocioso”. Sua declaração não separa o público do privado, a religião da política. Ainda se propala que nosso Estado é laico! >>>>>

  O exemplo do ônibus escolar de Itambé que terminou em tragédia é um caso típico de como prefeitos, governantes e políticos deste país tratam a coisa pública como se fossem donos, passando por cima da lei. É a mistura bem clara entre o público e o privado, sem o menor remorso de consciência, isto porque sempre impera a impunidade.

  Em entrevista a um veículo regional de comunicação, o chefe do poder deixou transparecer que não houve nada de mais em seu ato ao liberar o ônibus para outros fins porque ele estava parado naquele dia, como se justificasse o uso para outros fins além do transporte escolar. Ora, o próprio nome impresso nas laterais do carro já diz tudo!

   Não existe essa de ônibus “ocioso”, mesmo porque não é uma propriedade privada com fins lucrativos onde o motorista pode pegar as chaves para fazer um extra. Será que o prefeito não tem ciência disso e é mais um inocente? Acho que não. Muito me admira suas “justificativas” evasivas diante de tamanha gravidade.

  O correto seria fazer manutenção no equipamento, justo quando o ônibus está parado e não ficar  rodando por aí a serviço de qualquer grupo, no caso em referência ao evangélico que foi fazer um culto na cidade vizinha de Ribeirão do Largo.

 O fato tem um monte de irregularidades desde a liberação do ônibus para um grupo evangélico, o uso do motorista quando deveria estar em descanso para trabalhar na segunda feira até o retorno do veículo lotado com outros caronas que ainda fizeram uma vaquinha para o condutor que, infelizmente, veio a falecer. Quem vai indenizar as famílias? Uma coisa é certa: Não será o prefeito quem vai fazer isso.

  Diante do que está acontecendo no Brasil de hoje onde se tenta limpar a sujeira comandada por caciques políticos que sempre usaram a coisa pública em proveito próprio, esperamos que a Justiça (Ministério Público) puna no rigor da lei o responsável, ou responsáveis, pelo uso indevido do ônibus escolar de Itambé que terminou em desastr


4 Respostas para “Jeremias Macário: ônibus escolar de Itambé em desvio”

  1. João Silva

    Infelizmente essa praxe de utilizar o ônibus escolar para outras atividades vão bem além de “emprestá-lo” para fieis irem a cultos em outras localidades, não são poucas às vezes que tal veículo vai para cidade como Ilhéus, Itacaré, Olivença, Porto Seguro, entre outras, levar pessoas para “curtirem” a praia, para momentos de lazer, para fazer compras, entre outras, financiados com o dinheiro publico, que paga combustível, salário do motorista ( adicionais por trabalhar geralmente no final de semana, diárias por pernoitar em tais cidades) e sabe-se lá mais quantas despesas agregadas em tal empreitada. É comum também, tais veiculo ficarem nos finais de semana a disposição dos funcionários públicos que os quererem, para os fins que os mesmos desejarem.
    Denunciar? Bem, os Órgãos Fiscalizadores só prestam atenção a tais casos quando ocorre situações como está que ocorreu em Itambé, com dezenas de feridos e dois óbitos. Reiteradas vezes denunciei tais atos as Secretárias da cidade de Itambé, não só de Educação, como em outras, onde constatei que seus veículos estavam sendo usados para outros fins, como também denunciei a Ouvidoria do Estado e a Ouvidoria da Federação, mas acredito que nunca houve qualquer atitude deles, pois isso, continua ocorrendo, como diz uma autoridade, é praxe no município.

  2. CHARLES MARQUES PEREIRA

    CONVIVI COM ESSA PRÁTICA EM DIVISÓPOLIS,MINAS GERAIS,LÁ O PREFEITO AUTORIZAVA E MANDAVA QUE PAGASSEM AO MOTORISTA.LUTEI CONTRA ISSO,MAS INFELIZMENTE,O MICRO PODER SEMPRE VENCE A LEI NO NOSSO PAÍS.

  3. Rosalvo Junior

    É isso mesmo, nobre Jeremias: esses alcaides e falsos profetas não podem continuar a usurpar a coisa pública em prol das suas conveniências – ainda que escoradas em qualquer tipo de crença ou não.
    O ônibus escolar é do alunato. De mais ninguém!
    Valeu Anderson, pela publicação do valoroso escriba.

  4. Wiver

    Talvez se o ônibus tivesse sido sedido para alguns grupos fazerem macumba ou para prestarem culto a Iemanjá, vocês não estariam detonando o prefeito, mas Deus tem olhos que tudo vêem e fará justiça, já que o grupo evangélico citado com tom de escárnio estava adorando a Ele.

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