Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]
Eu era menino, e não faz muito tempo, e não me sai da memória certo episódio ocorrido antes de uma prova de Geografia, na quarta série primária, naquela época. Eu havia estudado todo o conteúdo da prova no livro de Geografia de Olga Pereira Metting. Naquela época ela produziu o livro de Geografia do e Brasil e outro destinado a Geografia da Bahia. Confesso que eu adorava aqueles livros. >>>>>>
A linguagem era muito simples, mas possuía qualidade. Por meio deles passei a conhecer o Brasil e em especial a Bahia. Aprendi sobre a população de cada município, o que cada um deles produzia. Em outro autor, o que eu gostava mesmo era de estudar sobre o clima e o que me fascinava era o nome dos ventos. Eu conhecia o nome de quase todos que sopravam no Brasil, ou exterior. Nunca me esqueci dos alísios e dos contra- alísios, do mistral, as monções e brisas.
Havia uma tendência nas questões das provas que era sempre de perguntar o que é isto ou o que é aquilo. Era uma forma de testar o aluno quanto a sua capacidade de fixar o conteúdo indicado para a prova, uma espécie de decoreba que funcionava de algum modo.
Então, era uma prova de geografia e uma das prováveis questões da prova seria: O que é o Brasil? Assim, de forma simples, pretendia uma resposta que definisse o Brasil quanto a sua localização e área. Era isso que o livro indicado queria que o aluno o respondesse, era algo bem direcionado. A resposta, eu sabia, era aquela contida as folhas tantas: O Brasil é o maior país da America do Sul e possui uma área de oito milhões e quinhentos e dezesseis mil metros quadrados.
Ao chegar à Escola, aquela apreensão quanto à prova, conversávamos entre nós sobre os assuntos que cairiam na prova e eu resolvi testar um colega, a pedido seu, e formulei a pergunta clássica, esperando a resposta em sua exatidão.
O colega pensou, olhou para o lado direito do espaço buscando uma resposta e disse: O Brasil é uma democracia baiana. Fiquei sem saber como me dirigir ao colega e tentar que não era aquilo e disse procurasse reler o assunto.
Naquela ocasião não sabíamos o que era uma democracia, não tínhamos noção do seu significado. Não posso imaginar como aquele colega conseguiu aquela resposta. Mas hoje eu sei a diferença, naquele tempo não sabíamos o que era democracia. Hoje nós sabemos o que é, e apenas não a vivenciamos, especialmente não vivenciamos uma democracia baiana. 100716