Jorge Maia: No tempo das coleções

Foto: BLOG DO ANDERSON
Foto: BLOG DO ANDERSON

Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

Eu era menino, e não faz muito tempo, e trago na memória a lembrança da mania positiva que as pessoas tinham em fazer coleções. Era algo interessante que se vai perdendo no tempo e ficam na recordação daqueles sonhadores, amantes das mais diversas organizações de objetos que despertavam a atenção. Conheci muita gente que organizava coleções interessantes. Era coleção de chaveiros, de postais de países do todo o mundo. Coleção de pedras, de revistas de livros, enfim de coisas que jamais pensaríamos que alguém pudesse colecionar. >>>>>>

Eu também fui um colecionar. È verdade. Um tanto desorganizado e sem os critérios necessários para ser classificado como algo científico. Dentre tantas coleções iniciadas e seguidamente interrompidas, havia uma preferida. Senhores, senhoras, eu era filatelista. Não riam. Eu adorava colecionar selos postais. Por muitos anos vivi à cata de selos das cartas recebidas por parentes e amigos, pedia a todos para não estragar os envelopes, pois eu queria retirar os selões para o meu álbum.

Sempre visitava os correios para saber de algum lançamento novo. Mantinha correspondência com pessoas de outros países, sempre na esperança de receber selos postais para a minha coleção, e acreditem, havia álbum para coleção de selos postais.

Cada selo tem um significado, são datas comemorativas, homenagens a pessoas ou a monumentos históricos, a cidades ou fatos de relevância para um povo, ou para o mundo. Era curioso e divertido, além de cultural.

Recentemente li a história de alguém que realizou o seu sonho de menino: visitar todas as cidades que ele conhecia por meio da filatelia. Ver aquelas igrejas, parques e tantos outros monumentos que os selos estampavam. Imagino a sua alegria ao visualizar em concreto a tradução das estampilhas.

Não mais colecionadores. O mundo mudou. A vida agitada pede descanso. A sexta feira passou a ser o dia mais importante da humanidade, não importa se santa ou não, mas ela é o anúncio também do lazer. O que colecionamos são amigos na face, pessoas com elogios fáceis que massageiam o ego de cada um.

Não sei por onde anda a minha coleção de selos postais. Certamente perdeu nas muitas mudanças da vida. Não há mais alegria de exibir para as visitas a nossa coleção. Ninguém quer ver esse tipo de coisa, pois os dedos apressados passeiam pelas teclas enviando whatzzap. 17.0716

 


Os comentários estão fechados.