Jorge Maia: 7x 1 e Thomas Mann

Foto: BLOG DO ANDERSON
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Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

Sou um brasileiro atípico, uma vez eu não tenho o gosto pelo futebol como acontece com a grande maioria. Não consegui apaixonar-me por nenhum time. Não me encanta a camisa de nenhum deles. Não acompanho nenhum campeonato, e são tantos que nem sei como conseguem entender tantas classificações e desclassificações, além de tantas divisões. >>>>>

Creio que se eu chegar a um campo de futebol serei capaz de distinguir quem a trave, o goleiro se ele estiver próximo à trave e certamente distinguirei a bola, mas não é impossível que eu erre, se tiver que apontar um deles. Como vêm o meu conhecimento futebolístico é bem limitado e sem possibilidades de ser ampliado. Confesso, não tenho o menor interesse.

Claro, na época da copa do mundo, leio um pouco sobre o assunto, vejo telejornais e me informo quanto aos jogos do Brasil e assisto sem a empolgação das demais pessoas, às vezes até vibro com alguma jogada, mas nada que mereça a atenção das pessoas próximas.

Não posso ignorar a derrota de Brasil para a Alemanha. Não que a Alemanha não possa ganhar do Brasil. É natural que um time ganhe do outro, mas convenhamos tudo tem limite. Ganhar, perder e empatar são fatos corriqueiros na vida dos times. A surpresa ocorre é quando uma anomalia chamada zebra derruba qualquer prognostico razoável e ocorre o inesperado.

Confesso que fiquei chocado, apesar de nenhum conhecimento na área. Não é crível que o Brasil perca de 7×1 para a Alemanha, por mais que consideremos a Alemanha uma grande seleção. Foge aos padrões, não a derrota, mas o placar. Foi desconcertante, inesquecível e traumatizante. Poucas pessoas que assistiram àquele jogo viverão para ver a revanche em que o Brasil derrotará a Alemanha por 7×1.

Fico pensando o que dizer a cada alemão que provocar algum riso ou piada em razão daquela derrota. Poucas coisas eu consigo relacionar mentalmente, mas não há nada que satisfaça como resposta. Por mais que eu imagine algo não é satisfatório.

Depois de algum tempo, pensei e acho que encontrei como calar qualquer provocação germânica por aquele jogo. Direi que foi um absurdo, mas que é verdade, porém a maior glória literária da Alemanha, Thomas Mann, nasceu do ventre de uma brasileira. Posso não encerrar o assunto, mas eles, os alemães se calarão por algum tempo e eu escaparei fugindo do local, ou do assunto. 310716

 


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