Carlos González: Mundial de Futebol de Salão

Foto: BLOG DO ANDERSON
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Carlos Albán González | Jornalista

Realizado de quatro em quatro anos, o oitavo Campeonato Mundial de Futsal, organizado pela FIFA, está marcado para as cidades colombianas de Cáli, Medellín e Bucaramanga, no período de 10 de setembro a 1º de outubro, com a participação de 24 seleções. O Brasil é o maior vencedor  do torneio, com cinco títulos e um vice; a Espanha tem dois e três vices. Os campeonatos foram realizados na Holanda (1989), Hong Kong (1992), Espanha (1996), Guatemala (2000), Taipé Chinesa (2004), Brasil (2008) e Tailândia (2012). >>>>>>

O futsal, antigo futebol de salão, é quase tão popular no mundo quanto o futebol. Em qualquer cidade brasileira, o garoto dá seus primeiros chutes numa bola numa quadra de cimento ou de terra, com as traves em tamanho menor, em “babas” que obedecem as regras do futsal. Depois é que ele passa a disputar partidas de futebol, em campos de dimensões maiores.

Daí é que, os amantes do futsal não entenderem o porquê do esporte ainda não ter sido oficializado como olímpico, ao passo que, modalidades com pouca aprovação popular, como o golfe e o badminton, fazem parte da programação dos Jogos organizados pelo COI.

Curiosamente, foi o próprio Comitê que, em 2002, legitimou a vinculação do futsal à FIFA, que, desde 1989, sepultou a pioneira Federação Internacional de Futebol de Salão (Fifusa), responsável pelos mundiais de 1982, 1985 e 1988, ganhos, respectivamente, pelo Brasil, Espanha e Austrália.

A fase preliminar do Mundial da Colômbia será disputado por Colômbia, Uzbequistão, Portugal e Panamá, no grupo “A”; Tailândia, Rússia, Cuba e Egito, no grupo “B”; Paraguai, Itália, Vietnã e Guatemala, no grupo “C”; Brasil, Ucrânia, Moçambique e Austrália,  no grupo “D”; Argentina, Cazaquistão, Ilhas Salomão e Costa Rica; Espanha, Irã, Marrocos e Azerbaijão. Avançam para as oitavas de final as duas primeiras equipes de cada grupo e as melhores quatro seleções colocadas em terceiro lugar na etapa preliminar.

Os primeiros jogos, programados para este sábado, dia 10, são os seguintes: Cuba x Egito, Panamá x Uzbequistão, Colômbia x Portugal e Tailândia x Rússia. O Brasil, que estreará contra a Ucrânia, no domingo, 11, às 20 horas (horário de Brasília), goza de um amplo favoritismo. Em segundo plano estão Espanha, Portugal, Rússia, Irã, Paraguai e Itália.

Exportação de craques

Com transmissão semanal, ao vivo, pela TV fechada, a Confederação Brasileira de Futsal mantém um campeonato nacional, com patrocinadores e com a participação de equipes da capital e do interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Lamentavelmente, o Norte e o Nordeste do país, onde o antigo futebol de salão é praticado nas escolas e clubes sociais, não têm representantes nos torneios nacionais.

Os jogos lotam modernos ginásios – Salvador assistiu com tristeza a demolição do “Antônio Balbino” para a construção de uma arena multiuso – em cidades como Bauru, Sorocaba, São Bernardo do Campo e Orlândia, em São Paulo; Apucarana,  Marechal Rondon, Guarapuava e Umuarama, no Paraná; Joinville, Concórdia e Jaraguá do Sul, em Santa Catarina; Venâncio Aires, Erechim e Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul.

A supremacia do Brasil no futsal não se prende unicamente nas quadras onde a bola rola. O país é um exportador de valores. Atualmente, são 22 jogadores, que adquiriram a cidadania das nações que os acolheram, e que vão estar em quadra no Mundial da Colômbia, atuando pela Itália (7), Rússia (4), Cazaquistão (5), Azerbaijão (7), Espanha (1) e Ilhas Salomão (1), além de três técnicos.

– A Itália me recebeu muito bem e me deu a oportunidade de virar profissional. Amo a “Azurra” – revela Gabriel, que joga ao lado de Alex, Daniel, Kaká e Murilo. O veterano “espanhol” Fernandão, 36 anos, campeão europeu e que  já enfrentou o Brasil em dois mundiais, diz que o seu time está preparado para ganhar o título na Colômbia.

Segundo as estatísticas oficiais, 355 brasileiros, nos dois últimos anos, foram “fazer o pé de meia” no exterior, mas há quem garanta que são mais de dois mil, em 111 países, cuja relação figuram Etiópia, Geórgia, Sudão, Sibéria, Brunei, Tajiquistão, Vietnã, Estônia.

Para os desportistas que vão acompanhar o Campeonato Mundial pela TV chamo a atenção para o português Ricardo Filipe da Silva Braga, o Ricardinho, 31 anos, canh oto, 1,60 metro. Nascido no Porto e hoje jogando pelo melhor time do mundo, o Inter Futból Sala, da Espanha, é, sem dúvida, o substituto do brasileiro Falcão no lugar mais alto do futsal do planeta.

 


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