Academia do Papo: Na casa e na rua

Foto: BLOG DO ANDERSON
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Paulo Pires | Professor | [email protected]

Caminhando pelo centro da cidade, a gente pode ver tipos humanos dos mais variados modelos. Gente baixa, gente alta, loura, negra, bonita, feia, saudável, aleijada, uns com cara alegre, outros com cara triste. É uma mistura humana que dá ideia de como somos iguais e diferentes ao mesmo tempo, em um mundo absolutamente líquido e passageiro. >>>>>>

Cada um carrega em si um acumulado de histórias. Histórias boas, histórias ruins, sendo possibilitado a todos participar e acumular acontecimentos para formar suas biografias com momentos positivos e pontos negativos. Uma coisa é certa: A vida sempre vale a pena. Tudo vale a pena se a alma não é pequena, conforme disse Fernando Pessoa. Devemos encarar os fatos como acontecimentos normais e nunca como algo de outro mundo. Não se mate, disse o poeta Carlos Drummond. Não, não se mate. Se hoje não deu certo, quem sabe, amanhã pode dar. Se hoje não foi como a gente queria, quem sabe amanhã poderá. A vida é assim… Tem dias que a gente acerta, tem dias que não. Um dia é da caça, e o outro do caçador.

Nessas caminhadas pela cidade a gente encontra pessoas. Pessoas conhecidas e desconhecidas. Das conhecidas a gente pode rever amigos e até ex-namoradas ou moças por quem já nos apaixonamos. Mulheres que no passado eram moças bonitas e hoje, infelizmente, não são mais. Algumas passaram por verdadeiras metamorfoses e tornaram-se quase irreconhecíveis. O tempo não perdoa …

Ontem, na Praça Nove de Novembro encontrei um amigo. Senti-o meio triste. Perguntei-lhe pela vida. Ele disse que as coisas iam “marrô-menos”. E a família? A família ia “marrô-menos” também. O único problema, confessou-me, é que a mulher agora deu prá ficar reparando coisas nele. Todo dia vê-lhe com algum defeito. Alertei-o para o seguinte: “Mulher quando começa a ver defeito na gente, é porque a coisa tá ficando feia pro nosso lado. É melhor ele se cuidar um pouco”. Ao dize-lhe isso, lembrei-me da minha que está me achando magro e com aspecto doentio. Segui em frente e pensei: tem gente que acha melhor pensar na rua do que em casa. O incrível é saber que tem homens que na rua são grandes cavalheiros e em casa não passam de “cavalos”. Ah, mundo estranho …
Cordial abraço para todos os amigos e ouvintes da FM BRASIL.


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