Jorge Maia: Em defesa de Mãe Joana

Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

Mãe Joana sempre foi uma figura simpática, uma pessoa pacata, permissiva, mas chamada de mãe em todos os momentos. Todos notamos um certo carinho por Mãe Joana, uma figura afável. É verdade que as reclamações querem atingir o excesso de liberdade em sua casa existente, e não podemos negar que às vezes perdemos a paciência com a desorganização e, por vezes, chegamos a nos acostumar com a loucura daquela desorganização, mas nada que não seja consertável, ou remediável como diriam alguns. >|>|>|>|>|

Faço aqui a defesa de Mãe Joana, senhora bondosa e tolerante e que sofreu bulling esta semana ao receber nesta semana uma ofensa muito agressiva, quando teve o STF comparado a sua casa, em razão dos últimos fatos. Foi um sufoco. Mãe Joana sofreu uma queda de pressão e foi levada por uma ambulância do SUS e em seguida internada sob imensa comoção de todos que a conhecem.

Não podia falar. Ficou sem voz por três dias e nesse período recebeu visitas de quase toda a população da cidade. Ficou emocionada com tanto carinho e pediu ao médico que a atendeu que divulgasse o boletim produzido no ato da sua internação, cuja redação, resumida era a seguinte:

A paciente conhecida como mãe Joana, pessoa querida desta comunidade, deu entrada neste hospital apresentando um quadro de custipio, de origem emocional, provocado por violenta emoção. Naquela ocasião a paciente relatou que sofreu um profundo bulling quando teve a sua casa comparada ao STF, fato que a levou a sentir-se mal e a apresentar os sintomas que justificaram a internação.

É compreensível a reação sofrida por Mãe Joana, que sabemos ser uma pessoa do bem. Pesa contra ela o fato de ser uma bagunça a sua casa, mas nada de envolvimento com dinheiro público, conta na Suíça, ou mesmo a desobediência de ordens judiciais ou policiais, e nunca deixou de receber um oficial de Justiça quando procurada por um deles. Ao contrário, pede para entrar e assina os mandados de intimação ou citação, respeitando à autoridades constituídas.

A recuperação de Mãe Joana segue com muita rapidez, a velhinha é forte, mas está inconformada e já se prepara para uma grande batalha judicial contra quem a ofendeu com a bem dita comparação e quer indenização por danos morais, e provoca: quero ver o juiz que vai me negar danos morais. Quem viver, verá.181216