Saúde Pública: ataque de escorpiões aumentam em Vitória da Conquista; foram 81 casos no ano passado

Foto: Reprodução
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Moradores de Vitória da Conquista estão apavorados. O perigo possui pernas e caudas amarelo-claro e o tronco escuro, mede até 7 centímetros de comprimento e tem uma serrilha nos 3° e 4° anéis da cauda, responsável por 81 ataques no município somente no ano passado. O escorpião da espécie Tityus Serrulatus, conhecido também como escorpião amarelo, tem aparecido com frequência na região. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), em 2015, foram 59 casos notificados e nenhum óbito foi registrado. Ainda de acordo com a SESAB, até 26 de dezembro do ano passado, foram notificados 13.500 acidentes com animais peçonhentos na Bahia. Deste universo, 9.200 foram de escorpiões. Cobras foram 2.500, abelhas 660 e aranha 500 casos registrados. Confira a reportagem do Correio.

Só o policial militar aposentando Osvaldi Gomes Lima, 55 anos, já encontrou em sua casa mais 30 escorpiões no ano passado. “Mas já achei bem mais. Os 30 foi a quantidade que consegui colocar no vidro, mas é bem mais”, disse o Osvaldi, morador do bairro Urbis V.

Segundo ele, em Vitória da Conquista, sempre houve casos de aparecimento de escorpiões. “Mas de julho para cá, tem aumentado. Aparecem em tudo que é lugar, de todos os tamanhos. Outro dia, dormia quando um caiu sobre mim. Pensei até que fosse uma barata ou grilo. Bati e ele caiu. Foi aí que vi o que se tratava”, contou o policial.

Osvaldi adotou algumas medidas que resultou na diminuição da presença dos aracnídeos. “Passei a intensificar a limpeza da casa, vedei todos os buracos e frestas e coloquei algumas galinhas no quintal que acabam comendo os escorpiões. Acredito que eles estão concentrados mais nos esgotos, porque a maioria deles entrava em casa pelo ralo do banheiro”, disse o policial militar aposentado.

Ele disse que os vizinhos também têm se deparando com os animais peçonhentos. “Tem gente aqui que já se mudou. A cidade vive hoje uma epidemia de escorpiões”, declarou.

Especialista
No entanto, a Sesab descartou a hipótese de uma epidemia. O órgão informou que há um acréscimo, mas dentro do esperado, porque os casos vêm aumentando ano a ano na maioria das regiões. “Vitória da Conquista é uma região quente, ambiente que os escorpiões gostam. A questão do desmatamento é outro fator. Elas acabam se adaptando a região urbana, que tem lixos, garrafas e entulhos para se esconderem. Além de tudo, onde há lixo e entulhos, têm baratas e grilos, insetos menores, que fazem parte de dieta dos escorpiões”, explicou o médico toxicologista Daniel Santos Rebouças, diretor do Centro de Informações Antiveneno (Ciave) da Sesab.

Os contatos entre seres humanos e o Tityus Serrulatus são frequentes, o detalhe é que esse escorpião por natureza ataca ao homem ao se sentir ameaçado. “São peçonhentos e a ação do veneno ataca direto o sistema nervoso, podem levar a óbito através de problemas cardíacos, porém com risco de casos graves principalmente para crianças de até sete anos, porque o sistema nervoso é mais sensível ao veneno. Neste caso a criança tem que tomar soro”, explicou o médico toxicologista.

Em caso de acidentes com escorpiões, o médico toxicologista recomenda lavar o local com água e sabão e ir direto à uma unidade de saúde, onde medidas serão adotadas. “Se possível, capturar o animal com segurança e procurar uma unidade de saúde mais próxima”, declarou o médico.

Salvador
No ano passado, a Prefeitura de Salvador registrou 160 casos de agressões por animais peçonhentos (escorpiões, aranhas e cobras). De acordo com Ana Galvão, subgerente de controle de ações básicas do Centro de Controle de Zoonose, os bairros com mais índice de infestação detectados pelos agentes através do Programa de Controle de Escorpiões são Boca da Mata, Conjunto Pirajá, Pirajá e Santa Cruz.

“A gente monitora e visita as residências com maior registro de aparecimento de escorpiões. O aparecimento nesses locais são devido ao acumulo de desmatamento (intervenções viárias ou construção civil), acúmulo de entulhos, como é o caso das regiões próximas à Avenida Paralela. Já o bairro de Santa Cruz, uma localidade antiga, é uma área de pedreira, o que favorece o aparecimento de escorpiões” , explicou Ana Galvão


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