Jeremias Macário | Jornalista | [email protected]
A humanidade capitalista e gananciosa está matando lentamente a terra e agora procura outro planeta para destruir, enquanto um bilhão de habitantes aqui vive na extrema pobreza. É a cara da estupidez humana onde oito cidadãos do mundo possuem a mesma riqueza de 3,6 bilhões de pessoas e 1% dos mais ricos tem patrimônio igual a 99% dos restantes. Mesmo com o aquecimento global e os desastres ecológicos de grandes proporções, a ordem do sistema econômico é produzir mais e mais e aumentar o consumismo de artigos supérfluos e de luxo que logo se transformam em lixo tóxico. A lógica assassina continua crescer, ter poderes e consumir para matar. >|>|>|>|>|>|>
Na outra ponta, os que estão mergulhados nas profundas desigualdades sociais, sem acesso às inovações tecnológicas e científicas, simplesmente não vivem e morrem de inanição como nos países africanos (Somália, Sudão do Sul, Nigéria) e do terceiro mundo. As descobertas médicas de tratamento e curas de doenças terríveis só atinge a poucos. Milhões servem de cobaias. E assim, não é o ser que importa.
Neste turbilhão de contradições de guerras, ódio e intolerância na casa arrasada chamada terra, a NASA norte-americana e outras agências espaciais gastam bilhões e trilhões de dólares lançando foguetes para desvendar os mistérios do universo. As empresas de armamento incentivam e promovem as matanças. Os afortunados querem outra moradia para se refugiar das catástrofes, enquanto os fracos se tornam poeiras do tempo.
Nos Estados Unidos do acima de tudo, do Donald Trump, o nacionalismo e o patriotismo relembram o nazismo de Hitler, o fascismo de Mussolini e a tirania de Stalin. Samuel Johnson dizia que o patriotismo é o último refúgio do canalha. No lugar de harmonizar e abrir fronteiras, os países erguem muros e os refugiados morrem em campos de concentração ou são degolados por legiões de fanáticos religiosos.
No Brasil dos piores índices de desenvolvimento humano, referência em corrupção e outras mazelas, que mesmo assim copia costumes e hábitos de outras matrizes, a estupidez humana ainda é maior, mais violenta e mortífera. Aqui se vive à beira de uma convulsão social porque os eleitos políticos acreditam que os brasileiros são subservientes por natureza e nunca vão se indignar e se rebelar.
Os presídios superlotados são masmorras medievais onde facções criminosas se autodestroem e praticam a degola e o esquartejamento humano numa crueldade superior ao Estado Islâmico. No lugar do Estado investir em detenções adequadas e dignas com a condição humana como reza a Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF) prefere indenizar prisioneiros por maus-tratos e tudo continuar na degradação do ser.
Por aqui se gasta bilhões e bilhões de reais com tanques, equipamentos armamentos pesados e mais contingentes da força militar para combater a barbárie nas ruas que cresce em proporções maiores porque os governantes nunca priorizaram a educação, e o investimento no social não passou de alguns programas eleitoreiros pontuais para se perpetuar no poder.
Na saúde o quadro é de horror nos postos e nos superlotados corredores dos hospitais com pacientes que morrem à mingua por falta de atendimento médico. Mais de 100 milhões de brasileiros, conforme as estatísticas, não têm acesso ao esgotamento sanitário e, com esgotos a céu aberto, um exército de mosquitos e insetos disseminam várias epidemias e enfermidades entre a população.
A Bahia, por exemplo, é um espelho da pobreza e da miséria, mas a folia do carnaval excludente e concentrador de rendas é estendida por duas semanas com a falsa mentira dos governantes de que a festa proporciona benefícios e gera bilhões de reais para a economia.
Sabem muito bem que o aumento de mais dias de furdunço e fuzarca vai gerar mais agressões, feridos e mortes, tanto que ordenam o reforço das emergências dos hospitais para receber as vítimas. É o cúmulo da estupidez. Eles não têm nenhum compromisso com a vida das pessoas, mas com os barões dos hotéis, dos camarotes, dos trios elétricos e das agências de viagens.
Num país pobre atolado em crises política e econômica com 13 milhões de desempregados, sem ética e sem moral, a estupidez é um refresco para a corrupção e os desmandos dos políticos malfeitores e assaltantes do erário. É o tempo em que a nação injustiçada e violentada se embriaga nas orgias, enquanto os poderosos tramam mais perversidades e formas de encher mais seus polpudos bolsos.
Na Bahia, um milhão de pessoas comparece ao Furdunço, mas não daria cinco mil se fosse para protestar contra as mazelas dos três poderes, especialmente do Congresso Nacional, o maior responsável pelo atraso do Brasil. A mídia se encarrega da tietagem dos artistas e não se cansa de elogiar a estupidez. Ela incorpora integralmente o provincianismo decadente que se arrasta por séculos, inclusive de citar que Salvador tem o maior e o mais democrático carnaval de rua do mundo.